Segundo minha experiência em não
ser convidado para festas de aniversário e meu breve conhecimento a respeito dos
clássicos da Disney, eu conclui que existem três tipos de pessoas que não são convidadas
para as festas. As que ficam em casa. As que vão de bicão e, em terceiro,
aquelas que, além de ir de bicão, amaldiçoam o/a aniversariante para que, no
aniversário de dezesseis anos, ele/a espete o dedo em uma roca e durma
eternamente. Supernormal.
Até meus dezenove anos, defini “A
Vilã da Bela Adormecida” como a bruxa
revoltada porque não recebeu o convite de um batizado. O filme Malévola elimina essa visão da
bruxa – começando com o fato de que ela é, na verdade, uma fada. Como se não bastasse as
grandes asas, também tem os grandes lábios de Angelina Jolie. É com as asas –
ou sem elas – que a atriz carrega o filme ao lado de uma produção impecável e efeitos
de primeira qualidade.
Depois de filmes como “Branca de
Neve e o Caçador” e “Oz: Mágico e Poderoso”, confesso que estava com não apenas
um, mas dois pés atrás antes de comprar meu ingresso. Os únicos motivos para eu
ter comprado o balde de pipoca enorme e sentar na cadeira G6 do cinema para
assistir “Malévola” foi para ver uma maliciosa Angelina Jolie dizer “Well, well...” e
ouvir Lana Del Rey cantando “Once upon a Dream”. É claro que também fui pelo
grande sucesso e repercussão comercial que o filme teve nos últimos meses.
A experiência foi satisfatória e
diferente do esperado. Não só diferente pela questão de que o filme estava sendo
vendido como gótico e o resultado está bem longe disso. Diferente por ser uma
doce adaptação de um conto de fadas recheada de valores humanos que alcançam um
público-alvo de todas as faixas etárias. A química entre Jolie e Ellie Fanning é agradável, cômica e carismática, apesar de ser breve.
O mais interessante do lançamento
é o que tem acontecido em filmes infantis como “Meu Malvado Favorito” e “Megamente”:
a desconstrução dos estereótipos de quem é mau e quem é bom. Apresenta, com sutileza,
que todos carregam anjos e demônios – fadas e bruxas – dentro de si. Existe um
meio termo, nem todo mundo é vilão e nem todo mundo é herói. Todo mundo é ser
humano, comete deslizes e também alcança triunfos.
Em suma, apesar do enredo
majoritariamente infantil e parcialmente previsível, “Malévola” é um filme moderno que compra a briga
contra padrões ultrapassados e apresenta um universo fantasioso implicitamente
muito próximo do real.
Esperava mais do filme, eu achei que não teve um clímax, que não teve um momento em que você ficava ansioso e nervoso por saber o que aconteceria a seguir, esse, para mim, foi o grande ponto fraco do filme. Mas apesar disso gostei da história, e a Angelina está perfeita como Maleficent!
ResponderExcluirAbraços!