O Oceano no Fim do Caminho | Neil Gaiman

Pra começar logo aviso que sou muito suspeito para criticar algum livro escrito por Neil Gaiman, o cara além de ter escrito as obras que hoje já são filmes bem conhecidos e que tiveram ótimas críticas (Stardust e Coraline), também é o autor de Sandman que na minha humilde opinião veio a ser o melhor quadrinho do universo!

O Oceano no Fim do Caminho começa nos apresentando o personagem principal, o qual seu nome não nos é revelado (farei uma observação sobre isso mais a frente); ele, o personagem, está indo à um funeral de uma pessoa muito próxima, não, o livro não nos conta isso também.  O funeral aconteceu na cidade em que ele passou  parte da infância e, sem consciência do que fazia, visitou a casa onde cresceu e a casa no fim da rua que pertencia à familia Hempstock formada por Lettie Hempstock, a sra. Hempstock e a velha sra. Hempstock.

Neste cenário de relembranças o personagem começa a devanear sobre eventos de sua infância, mais precisamente quando ele tinha sete anos de idade e o inquilino de seus pais cometeu suicídio dentro do carro da família em frente a casa de Lettie. Lá ele conhece a garota e ela logo se afeiçoa ao personagem, o qual descobre que o mundo é extremamente mais perigoso, mágico e intrigante do que imaginava. 

O personagem principal me fez lembrar muito o pequeno Felipe, sempre lendo, sempre devorando os livros e desejando que as histórias saltassem para o mundo real e tornassem-no mais vivo. O livro, que ao meu ver se trataria de um drama, logo se mostra uma literatura fantasiosa onde você se torna de novo uma criança e tem a oportunidade de relembrar seus medos, seus anseios e aventuras. Isso não se faz, Neil Gaiman, na boa!

Notavelmente, como eu citei acima que abriria uma observação, esse livro tem um paradoxo. Por ser pequeno (na minha edição 205 páginas), você não consegue se afeiçoar tanto aos personagens, entretanto, ele é tão misterioso, Gaiman te dá a liberdade de livre interpretação de uma forma tão rebuscada que, se você tiver a mesma experiencia que eu tive, irá observar o nada pensando profundamente no que cada lacuna poderia significar. É excitante e confuso ao mesmo tempo, demora a se perceber que não se trata apenas de um garoto com uma imaginação fértil devido ao forte hábito de leitura, e sim que existe o elemento mágico e fantasioso. Ou será que preenchi errado as lacunas? Será que eram apenas três mulheres loucas estimulando a imaginação de um garotinho?

Pessoal, não me sinto assim desde Antoine de Saint-Exupéry, incrível!