Transformers: A Era da Extinção prometia ser o início de uma nova
era da franquia. Apesar de continuar com Michael Bay como diretor, os protagonistas
seriam diferentes, com Mark Wahlberg (Ted) e Nicola Peltz (Bates Motel) no
lugar de Shia LaBeouf e Megan Fox. Porém, a tentativa de um novo começo da
franquia se mostrou extremamente frustrada com um Michael Bay ainda mais
exagerado e atores totalmente deslocados. Aliados, é claro, ao já costumeiro roteiro
sem sentido e continuidade.
Logo nas primeiras cenas do
filme, Flynn Vincent (Wahlberg) entra num cinema abandonado atrás de sucatas
para abastecer seu ferro velho. Um senhor, tentando justificar o abandono do
local, diz que os filmes da atualidade estão ruins demais. Obviamente, a frase,
num primeiro momento, é um tanto alarmista, dramática e exagerada e está ali
para causar humor. Só que o humor, ao decorrer dos 165 (!) minutos de
Transformers acaba causando preocupação por ser algo, afinal, nem tão longe da
verdade.
O primeiro problema do filme é a
superficialidade dos personagens. Obviamente, não iria esperar personagens
profundos como um drama de Woody Allen. Só que a superficialidade neste caso
beira o insuportável. Não há identificação com nenhum dos protagonistas e, em
muitos momentos, me vi irritado com as atitudes de Flynn ou de sua filha Tessa
(Peltz). Isso, é claro, é originado de um roteiro ruim e sem nenhum tipo de
carisma.
Aliás, nem sei se a história
contada ali deveria ser tratada como um roteiro. Durante vários momentos das
exageradas quase três horas de duração, pontas ficaram soltas e coisas
aconteceram sem motivo aparente. No final, nem sabia direito o que estava
acontecendo na tela e, principalmente, o motivo de todas aquelas explosões e
destruição. Além disso, os diálogos eram completamente artificiais e o humor,
ponto alto no primeiro da franquia, sem graça alguma.
Outro ponto fraco do roteiro, e é o que mais desanima no filme, é o número absurdo de propagandas embutidas e, principalmente, as piadas sem fim baseada em estereótipos. São piadas de cunho racista, preconceito regional, machistas e por aí vai. É algo sem fim.
Outro ponto fraco do roteiro, e é o que mais desanima no filme, é o número absurdo de propagandas embutidas e, principalmente, as piadas sem fim baseada em estereótipos. São piadas de cunho racista, preconceito regional, machistas e por aí vai. É algo sem fim.
O roteiro, porém, poderia ser
salvo por uma boa atuação dos atores principais. Só que nem isso aconteceu.
Wahlberg está ligado no automático e não possui 1% de seu carisma nos últimos
longas que participou, como O Grande
Herói e Dose Dupla. A pouco
conhecida Nicola Peltz está horrível. Dando, surpreendentemente, saudades de
Megan Fox. Até mesmo o ótimo ator Stanley Tucci (O Diabo veste Prada) não empolga.
Aí, então, o filme já contava com
dois pontos negativos: não possui roteiro e atuações medíocres. Então, a última
esperança foi depositada em Michael Bay, o diretor de “cenas de videoclipe”. E,
como era de se esperar, ele conseguiu piorar o que já era ruim, transformando o
longa numa catástrofe. Afinal, um diretor que possuiu um roteiro como A Ilha em mãos e conseguiu deixar o
filme apenas mediano já mostra não ser grande coisa. E aqui, com Transformers: A Era da Extinção ele
acaba por cavar sua própria sepultura.
Os ângulos usados na câmera são
ridículos e causam desespero. Em várias cenas, tentando abusar da beleza de
Peltz, a visão era por entre as pernas da atriz. Se usado uma ou outra vez, o
recurso pode até agradar. Porém, acaba deixando o filme ainda mais cansativo.
Outro recurso utilizado extensivamente é o das explosões. O filme tem um número
sem fim de fogo, barulho e estouro, a maioria sem sentido.
E o que não poderia ficar pior,
fica: o filme possui 165 minutos de duração. Ou seja, são 165 minutos de
explosões repetidas, imagens de videoclipe e nem um pouco naturais e atuações
sofríveis. Com 1h30, já não se vê a hora de acabar aquilo. Tudo isso junto e misturado, sem um fio condutor. É de desanimar os
mais entusiastas da franquia Transformers.
Enfim, Transformers: A Era da Extinção é um insulto ao cinema. Bay não
consegue chegar aos pés de grandes diretores de ação, como John McTiernan (Duro de Matar). Ele apenas criou um
amontoado de cenas sem ligação, acompanhadas de barulhos ensurdecedores. Para
os fãs de explosão, pode até agradar. Ou se você não prestar atenção em nada do que está acontecendo. Mas mesmo assim, duvido que aconteça.
Eu nunca fui fã de nenhum filme dos Transformers, o primeiro até que eu gostei, mas deu aquela sensação de que se eles quisessem poderiam ter acabado a franquia ali mesmo, mas eles enrolaram e enrolaram, até chegar nesse filme, que eu já estava pensando que ia ser horrível.
ResponderExcluirAbraços!