São poucos os tipos de livros que
não gosto. Autoajuda, românticos do tipo mel com açúcar e aqueles escritos em
forma de diário ou cartas. E Cartas de Amor aos Mortos se encaixa na última categoria. Assim,
logo no início da leitura, fiquei um pouco receoso. Mas o livro acabou
mostrando uma ótima história, com enredo forte e envolvente.
A história é sobre Laurel, uma
jovem com problemas de autoestima após a morte de sua irmã mais velha May,
acontecimento do qual ela se sente culpada. Tentando aliviar a tensão que sente
pela culpa que carrega, Laurel começa a utilizar uma tarefa da escola para
contar sua vida e suas amarguras: escrevendo cartas aos mortos.
Tendo Amy Winehouse, Janis
Joplin, Amelia Earhart, Kurt Cobain e outros famosos como destinatários, a vida
de Laurel vai sendo mostrada, bem aos poucos, ao leitor. O início de suas
amizades na nova escola, o garoto pelo qual é apaixonada e as dificuldades de
seu pai, lidando com a morta da filha e com o afastamento da esposa, que
resolveu largar toda sua vida para morar num local recluso.
Assim, a vida da jovem
protagonista vai sendo tecida aos poucos, mas de uma maneira muito bem feita. O
leitor consegue sentir a aflição e o desespero da menina com tudo que acontece
a sua volta. E ao decorrer da leitura, a empatia por ela cresce, assim como o
entendimento de suas atitudes.
Outra coisa que me chamou muito a
atenção foi a boa ordenação dos destinatários. Os nomes dos mortos não estão
ali sem motivo. Normalmente, o trecho da história a ser contado por Laurel é
relacionado a alguma passagem da vida da pessoa, seja essa relação algo factual
ou metafórico.
A única objeção que tenho a fazer
é a criação inicial um tanto quanto estereotipada de alguns personagens, como o
paquera de Laurel e suas amigas. Apesar do desenvolvimento psicológico
posterior, essa imagem inicial atrapalha um pouco. A descrição do Sky (que nome
é esse?) como sendo um tipo de deus grego é desnecessária e clichê.
Além disso, alguns outros
personagens são completamente jogados na trama. O casal de amigos mais velhos,
que apresentam algumas drogas e o mundo do Beco (local onde os jovens se reúnem),
é desnecessário e totalmente sem graça. Não causa empatia e não mostra a necessidade
de existirem em momento algum. Mais um escorregão da autora na área dos personagens.
Apesar do problema acima
relatados e alguns erros de escrita da autora iniciante Ava Dellaira, o
conjunto final da obra é extremamente positivo. A história é forte, intensa e
poética. E o desenrolar dos acontecimentos é muito bem amarrado. Fora que, ao
final, o livro ainda acaba sendo um verdadeiro soco no estômago. Aguardo ansioso
novos lançamentos da autora, que entrou pra minha lista de novos nomes da
literatura mundial atual.
Adorei a resenha, muito bem feita! E adorei o livro, também, pelo que li aqui. Esse é o livro que o Cris mostrou o pôster no vídeo, né? Gosto desses "dramas", me fazem lembrar de uma pessoa especial, e acabo me colocando no lugar da personagem, e "entrando" na história. E é mais um que vai pra minha listinha de Black Friday...
ResponderExcluirA algum tempo vi a resenha desse livro e hostei, aii ja me apaixonei pla caa tbm, eu sinceramente gosto de livros em forma de cartas e tipo o "as vantagens de ser invisivel" q li e amei , entao to curioso pra ler "cartas de amor aos mortos".
ResponderExcluirMe interessei logo de cara pelo título e pela capa do livro e a resenha também me despertou curiosidade mas como uma pessoa que precisa de finais explicadinhos já não sei se vou ler
ResponderExcluirParece ser uma história tão parada... Apesar da capa ser linda ❤
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