Dias Perfeitos | Raphael Montes

Segundo o dicionário informal, sociopata é: "Alguém incapaz de se enquadrar nas normas da sociedade, tem habilidade para enganar pessoas, é extremamente egoísta, não se envergonha de seus atos maus, não sente necessidade de melhorar, porque não acredita estar errado nunca, não sente culpa e sequer se arrepende de seus atos, geralmente é maldoso e teatraliza sentimentos para impressionar os outros". Não achei maneira melhor de caracterizar Téo, o personagem principal de Dias Perfeitos.
Téo Guimarães é um estudante de medicina um tanto quanto solitário e metódico, sua única amiga é um cadáver doado para faculdade para pesquisas o qual ele nomeou carinhosamente de Gertrudes. O garoto parece não ter sentimentos e vive em um rotina entediante em que só sai de casa para ir à faculdade. Além disso, após perder o pai em um acidente de carro, sua mãe ficou paraplégica e também precisa de cuidados do filho.
Vencido pela insistência de sua mãe, Téo concorda em ir à um churrasco, e é lá conhece Clarice. A garota apenas puxa uma conversa informal, mas ele já fica obcecado por sua espontaneidade e jeito despreocupado de levar a vida. Após o primeiro contato, Téo passa a segui-la e fazer planos com o seu “par perfeito”, deixando cada vez mais seu psicológico doentio transparecer.
Clarice é uma garota comum, desbocada e que pretende ser roteirista. Está até mesmo desenvolvendo seu primeiro projeto chamado Dias Perfeitos, que conta a história de um grupo de amigas que pegam o carro e saem estrada a fora para explorar três lugares: um chalé em Teresópolis, Ilha Grande e Paraty.
A obsessão de Téo por Clarice acaba resultando em um rapto perverso. A ideia dele era mostrar para garota que foram feitos um para o outro. Ele espera que nesse tempo em que passariam juntos à força, ela desenvolvesse amor por ele. O trajeto da viagem fica por conta do roteiro que estava em andamento, sendo assim a primeira parada é em uma pousada administrada por anões.
O mais interessante do livro é estar dentro da cabeça de um criminoso extremamente frio. Tudo o que ele faz é consequência de alguma coisa que para ele, não há outra solução, tratando tudo de maneira muito natural. Raphael Montes domina várias técnicas como a ironia e o uso de metáforas, construindo uma narrativa bem dinâmica e que prende o leitor.
O desenrolar do livro é bastante impactante e perturbador. Destaque para o desfecho totalmente inesperado, e que na minha opinião, foi genial.




Malu Sâmia

20 anos, está na faculdade de jornalismo. Gosta de fotografia, comédias românticas, shows, revistas, clichês bem escritos, de tocar violão e viajar. Está sempre com um livro e o iPod na mochila, coleciona ingressos de cinema e imas de cidades. É impulsiva, persistente, um pouco distraída e muito curiosa.

    Comentários do Blogger
    Comentários do Facebook

2 comentários:

  1. Nossa, quero saber o que vai acontecer no final, parece ser um livro bom

    ResponderExcluir
  2. Nossa, já comecei me pergunta porque "Dias Perfeitos".. Gostei, gostei bastante da resenha, me deixou bem interessada e curiosa.

    ResponderExcluir