Digam a Satã Que o Recado Foi Entendido | Daniel Pellizzari

Não tem como não admitir que o título e a capa foram os elementos principais que me chamaram a atenção para essa obra e, partindo da premissa de que você já subentenda que o título sugere um livro no mínimo sarcástico (e não com referências religiosas), não haverá decepções.

Digam a satã que o recado foi entendido faz parte da série Amores Expressos, onde a sacada é mandar escritores para outros países e os mesmos criam histórias românticas (nesse caso, nem tanto assim), tendo como ambiente o local pra onde foram mandados. Sendo assim, nosso autor Daniel Pellizzari escreve sobre Dublin, Irlanda.
O personagem principal é Magnus Factor, um imigrante que se apaixona por Dublin devido ao “melhor milk shake do mundo” e a garçonete Stefaniija. Magnus é um cara relaxado e que leva a vida da forma mais natural possível. Após se fixar na cidade, empreende um novo negócio, uma empresa que promove tours pela cidade mostrando os pontos turísticos assombrados, só tem um detalhe: os pontos turísticos assombrados e suas histórias são criadas pelo próprio Magnus e seus sócios, Bartholomew O’Shaugnessy, Zbigniew e Seewosagur. Magnus acaba namorando e se separando de Stefanija, conhece Laura, integrante de um grupo de jovens neo-revolucionários e tem uma irmã, Patricia (que antes foi um irmão), a qual descontente com a vida acaba indo em busca do lugar perfeito pra morrer, mas acaba se juntando à uma seita com crenças bizarras.
Bartholomew (Magnus o chama de Barry) é dotado de uma mente tão atrofiada que chega a dar pena, suas preocupações diárias se resumem à sexo, auto promoção e drogas. Suas narrativas são compostas por três palavrões a cada duas palavras.
Acreditem, esse  livro não é comum, de forma alguma. Não existe começo, meio e fim, a sensação é de assistir um filme a partir da metade e parar antes do fim, são quase 200 páginas de comédia, sarcasmo e excentricidade. Muitas vezes eu me pegava rindo alto com as cenas pelas quais os personagens passam, principalmente Barry.

A história e narrada em primeira pessoa e cada capítulo é contado por uma personagem diferente. Você nunca sabe quem começa a narrar o próximo capítulo, mas como cada personagem tem características fortes diferentes é fácil saber quem é o novo narrador. Daniel Pellizzari nos mostra um Dublin tal como já sabemos que é: bohemia, miscigenada e jovem, somada à elementos e personagens cômicos, merece pontos pela criatividade!

"Uma vez, acho que eu tinha uns seis ou sete anos, ele me falou que o destino de todo mundo é virar idiota. Algumas pessoas percebem outas não, mas todas acabam virando idiotas. Aí ele me falou que o importante era lembrar sempre disso e tentar ser um idiota extraordinário".

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3 comentários:

  1. Amei a capa, e o título é show.
    Bem interessante esse livro, como sou nova nesse meio nunca tinha ouvido falar em um livro assim.. com essa história ou parecida..
    Muito bom, Comprarei.

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  2. Agora fiquei com vontade de ler, achei o título meio estranho, mais é porque eu nunca li nada assim.

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  3. Nossa, gostei hahaha
    Um titulo no minimo intrigante, com uma historia q parece ser boa, e esse trecho entaoo? Sim, eu ri kkkk #Igu

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