A Dra. Kay Scarpetta é a médica-legista chefe de seu
departamento em uma das cidades mais violentas dos EUA. O livro começa após o quarto crime, de um
assassino e estuprador em série, ser cometido. As vítimas, tirando o fato de
todas serem do sexo feminino, aparentemente não apresentam nenhuma outra
característica em comum quando vivas. Entretanto, o que permite
afirmar que todas foram mortas pelo mesmo criminoso é a forma peculiar e
metódica de como os assassinatos foram realizados.
A Dra., para resolver o mistério, enfrenta, além de um
assassino meticuloso que quase não deixa provas, o preconceito por ser uma
mulher em um meio dominado por homens (principalmente na década de 1990, durante
a qual o livro se passa).
Muito ouvir falar da grande escritora de romances policiais Patrícia Cornwell, mas poucas e, arrisco dizer nenhuma, das minhas expectativas quanto a ela foram atendidas.
Eu certamente não esperava que Cornwell fosse o próximo Sir.
Arthur Conan Doyle, mas esperava algo próximo de Harlan Coben. Contudo o que eu
encontrei ao ler o livro foi uma história por vezes lenta e por outras
extremamente forçada. Os acontecimentos se demoram, os dias passam como se
fossem meses. O assassino faz suas vitimas a cada semana, mas devido a lentidão com a
qual os fatos se desenrolam, ele deixa de se tornar um serial-killer.
Para mim, outra lentidão constante no livro que, por certa
vezes irritou-me, foi o pensamento de Scarpetta. Enquanto ela raciocinava algo,
eu já tinha analisado a possibilidade de isso acontecer 20 páginas atrás.
Outro aspecto que desfavorece a narrativa é o tempo em que
se passa e foi escrita. Nos meados dos anos 90 não tinha e-mail, celulares não
eram tão comuns, smartphones então, nem pesar! Os computadores ainda eram
simples e lentos e não realizavam nem metade das tarefas que hoje fazem com
agilidade.
Mesmo com os pontos negativos, Post Mortem tem suas características
singulares que fazem a obra se destacar. Ao começar pelo fato de que a narradora
e investigadora dos crimes não é UM detetive e sim UMA médicA-legista. É
interessante ver como Kay reage aos preconceitos por ser uma mulher. Além disso, me fascinei pelo modo como Cornwell relata o tratamento que se é dado ao corpo
durante a autópsia, como se fosse uma coisa qualquer, não uma pessoa.
Outra ótima característica da história é o modo como a autora cita a relação que a mídia tem com os crimes e a forma como os expõem.
Não gostei de nada nesse livro, nem a capa nem a história, chatíssimo.
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