Perdido em Marte | Andy Weir

Mark Watney está em Marte. Ou melhor, perdido em Marte.

Após um "pequeno" imprevisto durante a missão Ares 3 que tinha o objetivo de explorar o planeta vermelho, o engenheiro botânico Mark Watney, que pretendia estudar o solo de Marte, teve seus sonhos interrompidos por uma terrível tempestade de areia. A missão que estava sendo executada por seis pessoas havia seis dias foi surpreendida quando isso tudo aconteceu. Mark foi atingido por uma antena durante a ventania, fazendo com que o resto da tripulação efetuasse uma evacuação de emergência acreditando que Watney definitivamente passara a ser o primeiro homem a morrer em Marte. Mas, isso não era verdade.

Um dos motivos que mais me motivaram a ler este livro foi a referência ao filme Gravidade, lançado em 2013 e vencedor de 7 Oscars em 2014. O filme baseado numa personagem (Sandra Bullock) que fica à deriva no espaço, me surpreendeu com sua ampla e grandiosa história. Por isto, eu não poderia deixar de investir meu tempo lendo um livro em que eu poderia imergir novamente no espaço – ou mais precisamente em Marte – e ter aquela sensação de descoberta, suspense, realização e vida encontradas em Gravidade. Perdido em Marte não é diferente. Ou melhor, é diferente sim, dependendo do ponto de vista.

Deixando as comparações de lado, devo dizer que este pode ser um livro destinado aos amantes de Química. E, para os que não gostam tanto assim da matéria, não fiquem tristes. O livro possui uma didática incrível apresentada por Watney através de um diário de bordo. Porém, a história não fica presa a isto. As explicações científicas são mescladas com precisão com situações que ocorrem ao mesmo tempo na Terra.
Uma das características do livro que me fizeram chegar ao final da história sem fôlego e com um aperto no peito foi este suspense arrastado, bastante presente em histórias em que a personagem é envolvida pela solidão. O que vai acontecer com ele? E agora? Não tem o que fazer! E tudo isso acaba sendo uma lição de paciência, inteligência e força de vontade. Tenho certeza que muitas das situações vividas por Mark seriam automaticamente eliminatórias para a maioria de nós, meros seres humanos. E, em diversos momentos, isso me levou a refletir e relacionar com alguns pontos pessoais, de vida aqui na Terra. Ok, isso está ficando bastante profundo... Mas, confesso que, de maneira nenhuma isso é explícito. Também não estou dizendo isso de forma negativa. O desenrolar lento e com diversos detalhes técnicos e químicos é imprescindível para a história e, devido às circunstâncias, a torna ainda mais real.
Em contrapartida, temos um dos personagens mais incríveis que já conheci na minha vida de livreiro. O astronauta Watney é simplesmente espetacular. Eu diria até que Mark é a motivação em pessoa. Um personagem que enfrenta os problemas com a maior naturalidade e uma boooooa dose de sarcasmo – às vezes até em excesso.
Visto que a história é contada a partir do ponto de vista de Mark através de um diário de bordo, em momento algum senti que estivesse lendo uma história de Andy Weir, mas sim uma história de Mark Watney, o astronauta perdido em Marte. E isso é absolutamente incrível, tornando a trama ainda mais dinâmica.
Parece contraditório mas isso realmente acontece. As situações complicadas e lentas são transpassadas ao leitor de forma natural e bastante dinâmica e, em momento algum, faz com que a leitura seja pesada e enfadonha.

Felizmente, um dos meus livros favoritos de 2015 está se tornando um filme, e estreará em novembro deste ano nos cinemas. A história de Andy Weir será interpretada por Matt Damon, que também foi Max em Elysium.
Não leiam Perdido em Marte esperando uma história absurda, com extraterrestres e criaturas horríveis pois isso foge completamente do contexto apresentado, onde tudo é simplesmente tão real quanto o fato de você estar lendo esta resenha neste momento.

Cristiam Oliveira

22 anos, se formou em administração mas gosta mesmo de comunicação. Tem uma paixão enorme por cinema e adora, sobretudo, os livros. É muito organizado, calmo, chato e grudento; se apega muito fácil às pessoas que gosta e, às vezes, é extrovertido. Adora mudar e criar coisas; é muito curioso e persistente em tudo que faz. Gosta de cachorro mas prefere gatinhos (inclusive tem dois!).

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5 comentários:

  1. Caraca! Que daora! Super curti esse livro. Quero muito saber como é ficar perdido em Marte! haha
    Vai pra minha lista!
    Ótima resenha.

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  2. Comprei só pela capa *0*, vou ler kkkk

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  3. Coisas cientificas ? ME DA AGORA !
    É tipo... Ficção Cientifica ?
    Sarcasmos ... <3
    Me senti toda arrepiada de pensar no vácuo do espaço... Daqui a pouco vou estar me agoniando no chão.

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  4. Já imaginava que o livro era bom! Você fez uma comparação ótima! Amo o filme gravidade e com certeza vou gostar deste livro. Adoro essas coisas cientificas, elas me dão ainda mais vontade de ler, esses livros mexem muito com minha cabeça, então é mais difícil de eu ler esse gênero, mas eu amo. Adorei a resenha e já vou me preparar para comprar o livro. Obrigado pela indicação Cris 😉

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  5. Esse é um livro que me chamou bastante atenção apenas por sua capa e título, sei la porque mas fiquei muito intrigado e afim de ler, vi algumas resenhas bem positivas sobre tal, e acho que o livro tem uma história muito boa e interessante mesma de se ser lida, é por outro lado o livro é uma Ficção cientifica, gênero que nos ultimos tempos eu to com a meta de tentar começar a ler, então provavelmente eu comece isso por Perdido em Marte mesmo que parece ser um livro muito bom u.u #Igu

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