Duas histórias de amor são retratadas na história. A primeira é a de Sophia com Luke, interpretados por Britt Robertson e Scott Eastwood. Dois atores que ainda estão meio crus, mas com chances de destaque em próximos blockbusters: Britt será a protagonista de Tomorrowland e Scott está escalado para o elenco de Esquadrão Suicida. A atriz já participou de algumas séries como Under the Dome e The Secret Circle.
Sophia vai a um rodeio e troca flertes com o cowboy Luke. Apesar da química, há muitas divergências entre os dois. Enquanto Sophia é uma garota que vive em uma república, está conquistando a liberdade e é mais moderninha (por exemplo, quando ela se oferece para pagar um drink para Luke), Luke é um cowboy um tanto machista (ele recusa o drink, pois diz que não é assim "de onde ele vem"), sempre centrado em alcançar conquistas, independentemente dos riscos.
A protagonista passa a impressão de ter "nascido" junto com o começo da história. Ela não tem amigos fora os que conhece depois que o filme começa (tirando uma ou duas garotas que estão lá para cumprir hora até ela conhecer o cowboy). Já o rapaz tem uma relação conturbada com a mãe, que está sempre colocando em questão seu trabalho por conta de fatos que aconteceram no passado.
Os dois decidem sair juntos e, quando estão voltando, passam pelo cenário de um acidente: um carro pegando fogo e colidido contra uma árvore. O motorista é um velho senhor chamado Ira Levinson (Alan Alda). O casal faz o resgate não só dele, mas também de uma caixa cheia de cartas que estava dentro do carro. Sophia leva o objeto para a casa e lê cada uma delas. Elas descrevem a segunda história de amor do filme, o romance entre Ira e Ruth (Oona Chaplin).
O relacionamento de Ruth e Ira é o ponto forte do filme em muitos aspectos, inclusive os mais técnicos. Quando o casal é retratado, as cores das cenas tendem a um tom "sépia" para passar a ideia de antiguidade. O uso de cores mais fracas, o roteiro, a trilha sonora e a fotografia deixam as cenas de flashback mais leves ainda e sugerem um romance mais sincero, originado na simplicidade. Os relatos em formato de cartas também ajudam a dar uma ambientação lúdica e poética às cenas.
Há uma preocupação em manter o equilíbrio e coerência, em vários aspectos. Quando os personagens estão tristes, chove. Quando estão felizes, o sol bate mais forte. Quando estão calmos, os cenários tranquilos - como a fazenda e os campos - são enfatizados pelas câmeras. Ou, então, em momentos mais pontuais: quando a cena de sexo é intercalada com takes dele a ensinando como montar em um touro (hehehehe). Acredito que isso poderia ser mais explorado se o filme tivesse uma variação de ritmo maior. As cenas todas parecem seguir uma linha reta, são pouquíssimas as hesitações para momentos com maior tensão.
Apesar dos deslizes, é interessante como o filme retrata o tempo. Desde as questões técnicas de Ruth e Ira, até o próprio nome da história. Afinal, o que pode ser considerado como uma longa jornada? Pode ser um romance de anos registrado em cartas, ou até meros 8 segundos (que parecem intermináveis) em cima de um touro. Uma longa Jornada atende ao público que gosta do estilo, já que repete a fórmula de outras obras de Sparks já adaptadas ao cinema.
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