Já passei por várias fases literárias como fantasia, épico,
romance sobrenatural, distopias, clássicos da literatura, YA books e
atualmente, estou na fase dos livros “diferentex”. Esses livros são aqueles que
fogem totalmente do que estamos acostumados a ler, com personagens fora do
comum. Com certeza, O Primeiro Homem Mau de Miranda July está no topo de livro
mais “diferentex” que li na minha vida de tão doido e sem-noção. Se preparem.
A história é sobre Cheryl, uma mulher por volta dos quarenta
anos que é apaixonada (de forma obcecada) por Philip, um colega de trabalho
vinte anos mais velho que ela. Ela acredita piamente que eles já foram um casal
em vidas passadas – e essa é apenas uma de suas esquisitices. Ela trabalha em
uma empresa que vende vídeo-aulas de defesa-pessoal e fitness. Sua vida muda
literalmente de cabeça para baixo, quando ela aceita que a filha de seus
chefes, Clee, venha morar em sua casa.
Cheryl é uma pessoa metódica. Ela gosta de poupar seu tempo,
por isso evita fazer tarefas desnecessárias. Já Clee é bagunceira, pouco higiênica
e bastante violenta (e você não entende em nenhum momento o motivo dela ter
saído de casa). Imagine alguém adentrar sua casa de favor e ainda bater em
você? Essa é Clee. Para enfrentá-la, Cheryl começa a assistir os vídeos-aulas de
defesa pessoal de sua empresa e a partir disso vai rolando um companheirismo
entre elas, no mínimo bizarro. Para ajudar nessa fase, Cheryl frequenta uma
terapeuta tão doida quanto ela, o que rende vários diálogos engraçados.
Outra parte engraçada é a mania que Cheryl tem quando vê
bebês. Em sua infância ela gostou muito de um bebê e o nomeou de Kubelko Bondy.
A partir daí, todos os bebês que ela vê, ela acha que é Kubelko e começa a
dialogar com eles mentalmente. É. E isso é um detalhe bastante importante para
o desenrolar da história.
O Primeiro Homem Mau é o tipo de livro que realmente tira a
gente da zona de conforto, não porque tem temas que nos fazem questionar a
vida, mas porque nos apresenta a personagens inusitados em situações tão
inusitadas quanto. Não tem como não se envolver com a narração de Miranda July
e se identificar, nem que seja um pouquinho, com as loucuras da Cheryl.
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