O Iluminado | Stephen King

Demorei muito para saber como começar essa resenha. O Iluminado é o tipo de livro que não se traduz com palavras. Por isso, é muito difícil falar sobre ele. É aquele tipo de livro intenso, profundo e que só quem leu consegue sentir totalmente o que ele passa ao leitor. Por tal fato, minha tarefa aqui é apenas traduzir uma pequena parte do que Stephen King nos passa nesta magnífica obra.

A história é clássica e conhecida por muitas pessoas, talvez pelo filme produzido por Stanley Kubrick. Jack, sua esposa Wendy e o filho Danny vão passar uma temporada num hotel. O complicado da situação é que eles estarão, por um longo tempo, isolados no local. E totalmente sozinhos. O que acontece de inusitado é que Danny se descobre com um “iluminado”, que ouve pensamentos e se transporta no tempo. Além disso, durante a estadia, Jack começa a ter surtos e crises de alcoolismo.

O que mais instiga durante a leitura é a profundidade psicológica do trio. É incrível como King consegue transportar o leitor para dentro da mente dos personagens. Porém, ao mesmo tempo, não é possível decifrar totalmente o que se passa na cabeça deles. O real se mistura ao fictício e o resultado é uma obra intensa e de ritmo desafiador e crescente.

“O mundo é um lugar duro, Danny. Não se importa com a gente. Não odeia a você, nem a mim, mas também não morre de amor por nós. Coisas terríveis acontecem no mundo, e são coisas que ninguém pode explicar. Indivíduos bons morrem de forma ruim e dolorosa e deixam as pessoas que os amam sozinhas. Às vezes, parece que só as pessoas ruins permanecem sadias e prósperas. O mundo não ama você, mas sua mãe o ama e eu também.”

A história é digna dos melhores livros e filmes de terror. Poucas vezes senti medo de verdade lendo algum livro. O Iluminado me causou a sensação várias vezes. Por muitos momentos, até mesmo interrompi a leitura. Os momentos da mulher na banheira e o encontro com as gêmeas são inesquecíveis. Ficam marcados na memória de qualquer leitor.

Apesar de Danny ser, teoricamente, o personagem principal, Jack rouba a cena e toma todo o brilho da obra. Às vezes, achava que Danny nem possuía as características de um iluminado. Imaginava que pela falta de álcool no sangue de seu pai, que era viciado, os estranhos acontecimentos eram criados. Ou, talvez, tudo seja criado pela dor de Jack. Todo o sofrimento que o aflige.

Porém, o que mais me prendeu na obra, além da psicologia dos personagens, como já dito, foi, com certeza, a crescente do ritmo que a narrativa vai sofrendo. Começa-se com um uma história relativamente fraca. Porém, vai tomando proporções épicas. O final é glorioso e um dos mais aflitivos da literatura mundial.

Enfim, a obra é muito boa. Para quem viu o filme e gostou, leia o livro. Ele é muito superior da adaptação de Kubrick, apesar da genial e perfeita atuação de Jack Nicholson. O livro, como costumeiro, é melhor que a obra cinematográfica.

E uma curiosidade: para quem gostou da obra, saiba que ela possui uma continuação lançada nos EUA e que em breve estará no Brasil. Dr. Sleep retrata a vida adulta de Danny e os desdobramentos dos acontecimentos do Hotel.

Matheus Mans

20 anos, estudante de jornalismo. Leitor voraz de qualquer tipo de livro, cinéfilo de carteirinha e apaixonado por música brasileira. Não vive sem doses frequentes de Stephen King, Arnaldo Antunes, Wes Anderson, Woody Allen, Adoniran Barbosa, Neil Gaiman, Doctor Who, Star Wars e muitas outras coisas que permeiam sua vida.

    Comentários do Blogger
    Comentários do Facebook

2 comentários:

  1. Nunca cheguei a ver um filme, porque não gosto muito desse estilo de terror, mas está me chamando a atenção a tempos! E o livro parece ser fantástico também! Vou dar uma chance para me assustar um pouco ( ou muito )
    Abraços!



    OBS: Apaguei sem querer o antigo comentário identico a este, desculpa kkk

    ResponderExcluir
  2. Já vi o filme e esse livro está na minha lista a muito tempo.E sim você me deu mais vontade ainda de ler.
    King <3

    ResponderExcluir