Castelo Rá-Tim-Bum | A Exposição

Se alguém me perguntasse como é se sentir nostálgico, acho que não saberia definir. É uma sensação estranha que mistura tristeza com alegria, que deixa feliz pelas lembranças e triste exatamente por serem só lembranças. Talvez, não haja uma boa forma de descrever, a melhor maneira de saber o que é nostalgia é sentindo. E, no momento, a maior experiência desta que já tive foi despertada no Museu da Imagem e Som com a exposição em comemoração aos 20 anos do Castelo Rá-Tim-Bum.

Depois de três horas esperando, plift ploft still, a porta se abriu. Não só a porta da exposição, mas também a porta da minha imaginação para que eu lembrasse em detalhes um programa de televisão que tomou conta da minha infância. Na exposição, percebi o quanto Castelo Rá-Tim-Bum era um programa povoado, repleto de personagens com características diferentes e cheios de histórias para contar. Além disso, cada milímetro do castelo fazia algo: a lareira, a caixa de música, os soldados de chumbo, o jogo de xadrez, o piano, entre outros. Um aspecto muito interessante da exposição era contar como estes “milímetros” foram calculados. Por exemplo, algumas das paredes do castelo faziam referência à sala dos mapas no Vaticano.

A exposição também é pensada em milímetros para promover o encantamento, seja das crianças que estão tendo o contato com a história pela primeira vez ou dos adultos que voltam à infância lá dentro. Após atravessar a porta de entrada, um holograma do Nino te espera para agradecer a presença e dizer o quanto está feliz pelo Tio Victor ter aberto as portas do castelo depois de 320 anos esperando.

O primeiro cenário é a biblioteca com o Gato Pintado, ou Felino Sabidão. Depois, sucessivamente, o laboratório do Tíbio e o Perônio, o escritório do Tio Victor, os encanamentos do Mau e Godofredo, a galáxia do Etevaldo, a cozinha, o hall de entrada do Castelo, o quarto do Nino, o quarto da Morgana, o ninho dos passarinhos, o lustre do castelo, o lixão com o Doutor Abobrinha e fim! É muita coisa que vale a pena a ser explorada e observada nos seus mínimos detalhes.

Fotos: Lucas Lima - Veja SP

Castelo Rá Tim Bum – A Exposição mostra como o programa foi inovador para a época e como um reino fantasioso marcou gerações. O tempo de espera na fila vale completamente a pena. Mas, caso você não seja de São Paulo ou região e não tenha como matar a saudade na exposição, vários episódios do programa estão disponíveis no Youtube. Afinal, um pouco de nostalgia – não descrita, mas sentida – não faz mal a ninguém.

Rafael Palone

20 anos, é jornalista o tempo todo e Superman nas horas vagas. Potterhead, filho de Hermes, tributo, cinéfilo, membro da erudição, coldplayer, palmeirense, fanático por super-heróis, entre outros. Sabe tocar piano, teclado e campainha. Gosta de escrever e seu maior sonho é entrar no cinema para ver a adaptação de um livro por ele escrito.