Estive, em agosto, na Bienal do
Livro de São Paulo. Durante o evento, consegui autógrafo do escritor de livros
policiais Harlan Coben. Fiquei felicíssimo, claro, e disse que não trocaria aquele
autógrafo por nada. Porém, após ler Eternidade por um fio, mudei de
ideia. Cheguei ao ponto de dizer que trocaria o autógrafo de Coben pelo de
Follett.
O motivo é simples: se eu for
verificar todos os livros escritos nos últimos cinco anos, Eternidade por um Fio alcança,
facilmente, as primeiras posições, tamanha a sagacidade da história e o ótimo
enredo que apresenta. Durante as mais de mil páginas, não conseguia desgrudar
do livro. Não é a toa que o li em quatro dias.
O primeiro motivo é o argumento
central da obra. Seguindo a lógica da trilogia O Século, Follett apresenta, agora, a Guerra Fria, o Muro de
Berlim, as lutas pelos direitos raciais nos EUA comandadas por Martin Luther
King e o caos operacional dentro da URSS, arquirrival do país norte-americano.
Num primeiro momento, fiquei
desconfiado do assunto desse livro. Pense: os dois outros da trilogia foram
embalados por duas guerras mundiais narradas pela maneira excepcional de
Follett, deixando o leitor sem fôlego durante as batalhas e conflitos. Porém,
por incrível que pareça, Eternidade por um Fio, mesmo sem uma
guerra de fato ocorrendo ali e tendo a do Vietnã como um segundo plano,
consegue ser o melhor dos três livros.
Os personagens, como de costume,
são maravilhosos. Bem construídos e inseridos de maneira sublime dentro da
trama. E o mais especial: a maioria dos personagens de Queda de Gigantes está ali, com seus netos, vendo as transformações
do mundo! A experiência de ler a trilogia de Follett acaba se comparando ao
filme Boyhood, que acompanha o
crescimento de um garoto ao longo de doze anos. Aqui, porém, graças à magia da
literatura, acompanhamos cinco famílias através de três gerações! É uma
experiência literária ímpar.
Além disso, de novo, devo
destacar os personagens históricos. A construção de Martin Luther King se
assemelha à de Hitler em Inverno do Mundo.
É impecável. Os ficcionais também não ficam atrás e encantam o leitor.
Talvez a única reclamação (e que
nem chega a ser reclamação, pois sei que é pedir demais) é o foco restrito ao
oriente. Assim como Gandhi foi praticamente ignorado em Inverno do Mundo, a Revolução Cultural Chinesa nem foi citada.
Follett, com tamanha engenhosidade, poderia ter colocado a China na rota de sua
narrativa.
Porém, qualquer reclamação vai
embora com quatro momentos do livro: o embate entre brancos e negros no sul dos
EUA; o discurso de Martin Luther King, que arrepia a qualquer um; a morte de
Kennedy e, principalmente, a queda do muro de Berlim. Esta última cena, posso
dizer com tranquilidade, é uma das melhores dos últimos anos da literatura
mundial. Tirou lágrimas minhas, coisa que pouquíssimos livros fizeram.
Enfim, Eternidade por um Fio é
impecável em todos seus aspectos. Ritmo, personagens, enredo, argumento,
narrativa. E a trilogia O Século pode
ser comparada com a música tema de 2001:
Uma Odisséia no Espaço, do Kubrick. Começa já com qualidade, mas lenta e
quase sem ninguém ouvir. Em seguida, começa a tomar ainda mais forma, num
crescendo. E termina, gloriosa, da melhor maneira possível, com todos os
instrumentos em harmonia.
Não sei mais se quero ler, os temas abordados não são o que eu leio normalmente, mas pode ser que eu goste :)
ResponderExcluirNão se interresei por este livro vou tentar ler a sinopse depois pra ver se eu vou gostar de ler .
ResponderExcluirUaw, esse e um tipo de livro q digamos q no momento eu meio q estou me interessante pelo assunto e sim fiquei mtoooo afim de ler #Igu
ResponderExcluirMais livro desse autor, já deixo passar...
ResponderExcluirA resenha é boa, mas o livro não me interessou.