Inverno do Mundo | Ken Follett

Depois de levar o leitor a passar as agruras da 1ª Guerra Mundial e da Revolução Russa em Queda de Gigantes, Ken Follett segue sua narrativa magistral em Inverno do Mundo. Nele, ainda contando com as cinco famílias do primeiro volume da trilogia, são mostradas as séries de eventos que sucederam a 2ª Guerra Mundial, como a ascensão de Hitler ao posto de Terceiro Reich.
Talvez por ser a época que mais mexe com o imaginário popular, Inverno do Mundo criou uma grande expectativa em torno de si na época de lançamento. Afinal, Follett, mestre da mescla de ficção e realidade, narrando os momentos mais tensos já vividos pelo homem é algo digno de expectativa.
E, assim como Queda de Gigantes, o segundo livro da trilogia é muito bem embasado historicamente, com uma pesquisa estupenda.  Detalhes de vestimentas, costumes, transportes, comunicação. É tudo minuciosamente tratado por Follett.
Porém, o que mais se destaca nesta obra são os personagens presentes no livro anterior da trilogia e que continuam na narrativa de Follett, apesar de, muitas vezes, em planos secundários. Vemos os combatentes da primeira guerra envelhecendo e passando o legado aos filhos, que agora assumirão o posto de defensores de suas respectivas nações na guerra contra (ou a favor) do nazismo.
E com isso, Follett possui seu maior trunfo: apesar de serem histórias distintas, em épocas distantes, a empatia pelos personagens não só permanece, como aumenta. Tudo que sentíamos pelos personagens de Quedas de Gigantes passa para este livro secundário da trilogia.
Excetuando os personagens, o ponto alto, como esperado, é a ficcionalização do enredo histórico. As passagens de Hitler, Churchill e Stalin são fantásticas. Memoráveis, de verdade. Durante vários trechos, sentia como se aquilo tivesse mesmo acontecendo. Conseguia visualizar Hitler dizendo aquelas palavras. É, praticamente, um documentário escrito. Uma reportagem. Só que, obviamente, com toda a persuasão e fantástico uso de palavras do autor.
E assim, Follett conduz o leitor de maneira hábil por esse tenso momento em nossa história, relatando de maneira sensacional o que a humanidade passou. Este segundo volume d’O Século é a preparação essencial para o final da trilogia em Eternidade por um fio. É o salto necessário para Follett se estabelecer, enfim, como um dos maiores escritores da atualidade.


Matheus Mans

20 anos, estudante de jornalismo. Leitor voraz de qualquer tipo de livro, cinéfilo de carteirinha e apaixonado por música brasileira. Não vive sem doses frequentes de Stephen King, Arnaldo Antunes, Wes Anderson, Woody Allen, Adoniran Barbosa, Neil Gaiman, Doctor Who, Star Wars e muitas outras coisas que permeiam sua vida.

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4 comentários:

  1. Vo ler logo o primeiro livro pra poder ler este .

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  2. Eu quero ler Queda de Gigantes e este livro pela resenha parece ser muito bom e ainda recebeu um "Ótimo".

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  3. Parece ser bem interessante, mas não vou lê-lo... hehe
    Não faz muito meu estilo de leitura..

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  4. Comecei a ler "Queda de Gigantes" e estava achando fantástico, mas não consegui dar continuidade. São quase 1000 páginas. Porém, essa resenha me despertou a vontade de resgatar a leitura daquele para em seguida ler este. Follett realmente é impressionante.

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