Sete Dias Sem Fim | Jonathan Tropper

Sabe quando uma situação horrível acontece e você tem vontade de rir? Aquela gargalhada sai de não sei onde e você tem que se segurar pra não rir de alguém tropeçando, se dando mal em algo. É aquele humor negro que vive dentro de cada um de nós e que tentamos controlar desesperadamente. Bem, se você quer extravagar o que vive dentro de você, recomendo fortemente a leitura de Sete Dias sem Fim.
A história gira em torno da família Foxman, que acaba de perder o patriarca. Tudo normal até o ponto em que os quatro irmãos – Judd, Paul, Philip e Wendy – descobrem que o último desejo do pai era celebrar o shivá, uma espécie de luto familiar que dura por sete dias. Durante esse tempo, a família deve permanecer junta, recebendo amigos e familiares que desejam dar os pêsames. E é neste ponto que o caos é instaurado.
Judd, que narra o livro inteiro, está vindo de um casamento destruído após a esposa ser pega o traindo com o chefe. Paul, que não se dá nem um pouco bem com Judd, vive uma crise em seu casamento com Amanda por não conseguirem ter um filho. Philip, o caçula, se dá bem com todos, mas é intempestivo e não mede consequências. Ele também apresenta aos familiares, durante o Shivá, sua nova noiva: Jeny, uma analista quase 30 anos mais velha que o rapaz. E, por último, temos Wendy, a irmã casada com Barry, que não pensa em nada além de seus negócios e que negligência os cuidados com os três pequenos filhos do casal. Além dos irmãos, a mãe, Hillary, é uma psicóloga que não tem vergonha de falar sobre quaisquer coisas na frente de seus filhos e netos.
Desse jeito, o livro vai se construindo, mostrando as complicadas relações familiares. Judd, o protagonista e narrador da história, mostra as diversas situações de maneira hilária. Peguei-me dando gargalhadas (em público, vale dizer) quando Judd detalha o momento no qual flagrou a esposa com o chefe. É uma daquelas cenas memoráveis.
E assim segue o livro inteiro. O leitor ri das situações mais graves e preocupantes. Tudo graças à ótica diferenciada e divertida de Judd. Não é possível ver algo trágico sem rir. E aí que está a magia do livro. De uma maneira lenta e reflexiva, o livro mostra que mesmo nas piores situações, há algo para se retirar e tomar como alívio no momento. Sempre há algo de bom no que acontece.
O único ponto que coloco como negativo é o final. E quando digo final, são aquelas últimas páginas mesmo. A conclusão, como um todo, é extremamente satisfatória. Apenas o rumo de Judd no desfecho de tudo que me deixou incomodado demais. Poderia ter sido diferente.

Enfim, Sete Dias sem Fim é um ótimo livro. Divertido e trágico. Rápido e reflexivo. Leve e intenso. É um livro para se deliciar e colocar todo o humor negro guardado para fora. E vale dizer que o livro virou filme e estreará agora, em novembro. Dentre as estrelas, estão Jane Fonda, Jason Bateman e Tina Fey.





Matheus Mans

20 anos, estudante de jornalismo. Leitor voraz de qualquer tipo de livro, cinéfilo de carteirinha e apaixonado por música brasileira. Não vive sem doses frequentes de Stephen King, Arnaldo Antunes, Wes Anderson, Woody Allen, Adoniran Barbosa, Neil Gaiman, Doctor Who, Star Wars e muitas outras coisas que permeiam sua vida.

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3 comentários:

  1. Eita, curti essa resenha! Me deixou com vontade de ler. Vou dar uma procurada nesse livro.
    Ótima resenha!

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  2. Adorei a resenha e quero ler o livro, me parece ótimo :)

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  3. Muito bom esta resenha gostei muito , vo tentar ver o filme e ler o livro

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