Se tem uma coisa que sou
fascinado é o jogo político. Não aquele debate da TV em época presidencial ou
bate-boca de dois vereadores quaisquer. Não, eu gosto do que acontece ao decorrer
dos mandatos dos políticos. Jogo de interesses entre partidos, provações entre
políticos. São pequenas coisas que acontecem na imprensa e que, de alguma
maneira, cria uma fresta, possibilitando a visualização de todos os bastidores
sujos da política. E caso você goste disso também, recomendo a leitura de Os
500.
Livro de estreia de Matthew
Quirk, Os 500 conta a história de Mike Ford. Um rapaz que, após graves
problemas durante sua infância, consegue se formar em direito na Universidade
de Harvard e entrar em uma disputada e importante empresa: o Grupo Davis.
Controlada por um figurão de Washington, a empresa faz lobby com os políticos
norte-americanos, conseguindo realizar desejos de determinadas pessoas mediante
exorbitantes pagamentos. São juízes, deputados, senadores. Todos coagidos a
realizar o que o Grupo Davis deseja. É simples: o presidente do grupo manda na
política norte-americana.
E o recém-formado Mike Ford acaba
conseguindo um emprego ali e entra na máquina de lobby da empresa. Só essa
premissa já me conquistou. Jogo político na melhor forma. Só que os pontos
positivos de Os 500 não param por aí.
O personagem de Mike Ford é
sensacional. Apesar de o autor perder a noção algumas vezes e transformá-lo em
uma espécie de Chuck Norris, ele é extremamente interessante e profundo. Muito
bem desenvolvido e trabalhado, ele consegue causar extrema empatia durante a
leitura. E o melhor: ele é uma espécie de anti-herói. Isso, então, acaba sendo
o grande acerto de Quirk: ele mostra que até mesmo a melhor pessoa no meio
político possui grandes e complicados defeitos.
Outro ponto alto em relação aos
personagens são os vilões: Davis, Marcus e Rado. Apesar de o primeiro ter
algumas deficiências em sua caracterização, todos são personagens realistas e
que convencem em suas convicções, causando medo e temor no leitor.
Quanto à história, ela é muito
bem elaborada. Apesar das 100 primeiras páginas poderem não agradar a todos,
devido ao excesso de detalhamento de bastidores da política, depois disso ela
entra num ritmo intenso e que não para até a página 305, quando o livro
termina. Tudo é muito bem escrito e cadenciado. Impossível parar a leitura.
Enfim, Os 500 é um ótimo livro. Mescla, de maneira impecável, trama política, ação e suspense. Tudo na
medida certa. E os pequenos defeitos, como exagero de personagem, são
completamente ofuscados pelas diversas qualidades. Excelente estreia de Matthew
Quirk.
Tou correndo de política.
ResponderExcluirEsse livro não me chamou atenção.
Deixarei passar.