Confesso que não conhecia
Margaret Atwood antes de A Vida Antes do
Homem. Nem tinha ouvido falar dela. Então, antes de começar a leitura, fui
pesquisar informações sobre ela. Descobri que Margaret é uma autora canadense
respeitadíssima e é, também, uma forte militante feminista. E assim, consegui
compreender ainda mais o romance que tinha em mãos.
Começo a leitura me
surpreendendo. A narrativa de Atwood é ágil, intensa e consegue fisgar o leitor
logo nas primeiras páginas. A alternância entre personagens, mudando o foco
narrativo de um capítulo para o outro, auxilia a segurar o leitor. E a
história, muito interessante, deixa tudo ainda mais interessante.
O enredo, aliás, é difícil de ser
definido. Tudo é visto sobre o ponto de vista de três personagens: Elizabeth, Nate
e Lesje. Todos muito realistas e verossímeis, construídos numa base psicológica
muito bem elaborada pela autora. Tudo que se passa é mundano, comum. É um
livro realista, que pode falar da vida de qualquer pessoa. A minha, a sua.
Tentando sintetizar a história,
ela passeia sobre relações humanas e todos os problemas que as envolvem. Os
afazeres domésticos contínuos, a rotina, o casamento sem graça e mantido apenas
por causa de aparências. Tudo isso que pode estar na vida de quem lê A Vida Antes do Homem ou até de
conhecidos.
Obviamente, o livro tem momentos
de clímax, construídos em cima de passagens fortes e marcantes. Além disso, os
personagens coadjuvantes, assim como os principais, descritos acima, são
excelentes. Chris, Caroline, William e, principalmente, a tia Muriel são
descritos de maneira assombrosamente realistas.
A história como um todo é um
estilo que lembra Clarice Lispector, Virginia Woolf, Rosamunde Pilcher. Consegue
fazer o leitor ficar imerso na narrativa, através de um fluxo de palavras e –
às vezes – consciência.
Porém, o livro, a partir de
determinado ponto, cansa um pouco e a leitura, muito perto do final, se arrasta
devido ao excesso descritivo que muitas vezes não se justifica. Outro ponto é
que a autora escreve frequentemente frases impactantes, de efeito. E isso, em
alguns momentos, acaba soando artificial.
Só que nada disso tira o brilho
da ótima história de Margaret. É um livro realista, humano, intenso e que causa
uma séria e intensa reflexão em quem o lê. Comete seus pecados, mas mantém o
brilho do enredo. Ótima dica de leitura para quem busca refletir sobre a
sociedade e a vida.
Que top! O livro parece ser muito bom mesmo. Não tinha ouvido falar na autora e nem no livro, mas estou mega, super, hiper curioso para ler. Gostei muito da resenha Matheus, achei o livro muito interessante, e estou meio que nessa vibe de ler livros mais realistas.
ResponderExcluirParabéns pela resenha e obrigado por essa dica maravilhosa heheh 😉 😤
Apesar de gostar de uma boa ficção, gostei muito do livro pelo assunto tratado :D vou pesquisar mais, e já entrou pra minha lista de livros do mês haha
ResponderExcluirTa, mas é sobre oque ? É sobre uma mulher lutando pelos direitos ? É uma Historia de um casamento ''arranjado'' só por interesse ? Eu lê sem atenção ou esqueceu de colocar sobre oque é o livro. :v
ResponderExcluirNão sei se é o tipo de livro que eu leria neste exato momento, mas talvez algum dia sim, nao sei, mas parece ser uma história bem interessante pelo assunto que ela trata e tal, me deu a impressão de que é algo bom que deveria ser lido algum dia..
ResponderExcluir#Igu
Giovanna, como disse, a história "passeia sobre relações humanas e todos os problemas que as envolvem. Os afazeres domésticos contínuos, a rotina, o casamento sem graça e mantido apenas por causa de aparências". Se eu falar mais que isso, pode estragar a leitura de alguém! Por isso me contive.
ResponderExcluirNão entendo como um livro pode ficar cantivo justamente no final :/ Que deveria ser impactante, eletrizante, sei lá. Eu já não estava curtindo o enredo pelo que você falou e com essa pequenaa referência, desanimei feio.
ResponderExcluirDefinitivamente, eu não leria. :/
Abs!
http://leiturasilenciosaoficial.blogspot.com.br
Ah bom, o final que deveria ser ainda melhor. Mesmo assim quero ler, fiquei ainda mais interessada em saber essas frases impactantes. Você poderia ter colocado umas pela menos, mas ta valendo.
ResponderExcluirCaraca! Só as características da autora já me fisgaram! Com certeza vou ler este livro e gostei muito do título, da capa e da sinopse, tem tudo pra que eu goste!
ResponderExcluirA Margaret Atwood é genial! O livro "Vulgo Grace" é leitura obrigatória para quem quer conhecer a autora.
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