Livro: O Clone de Cristo, de J. R. Lankford

Sempre conto a história de que algum professor me indicou um livro. Querendo ou não, são eles que podem nos ajudar a gostar de literatura. Quando tinha uns 15 anos, meu professor de matemática me falou de um livro que nunca esqueci: O Clone de Cristo. Só que o livro era uma trilogia de James Beauseigneur. Meu professor havia dito vagamente que a história era focada na vida desse Jesus clonado e a implicação disso na sociedade, possuindo algumas partes fantásticas, como a aparição de anjos.
Quando me deparei com O Clone de Cristo de J. R. Lankford, pensei que fosse aquele livro que meu professor tinha falado, mas não. De qualquer forma, os dois tem o mesmo tema: um cientista clonou Jesus Cristo a partir do Sudário de Turim – que existe de verdade e acreditam ser a mortalha de Jesus, apesar de algumas controvérsias.
Na história da escritora Lankford, conhecemos o microbiologista Felix Rossi, que vai a uma expedição para descobrir se o Sudário de Turim é verdadeiro. Independente de sua veracidade, ele acaba roubando alguns fios contendo sangue. Um dos motivos dele ter colocado essa ideia em prática é a descoberta de, na verdade, ser judeu, e não católico como pensava. Após a morte dos seus pais, seu pai deixou uma carta contando sobre a fuga dele e de sua esposa da Itália para a América, na época da 2ª Guerra Mundial.
Por Jesus ter sido morto na mão de judeus, o doutor Rossi achou que era uma maneira de redimir seu povo, trazendo Jesus de volta. Para isso acontecer, além da verificação se é possível achar DNA nos fios ensanguentados, ele precisa achar uma mãe de aluguel perfeita para carregar a criança.
O nome em inglês se chama The Jesus Thief, que significa, O Ladrão de Jesus. Faz muito mais sentido este título – apesar de não causar tanto impacto – já que o livro parece mais focar na clonagem e no “ladrão de Jesus”, o Doutor Rossi, do que em Cristo. Não que ele não seja o tema principal, mas sua clonagem só acontece depois de mais da metade do livro, gerando ansiedade e frustração. O livro apresenta tanto, mas tanto detalhe científico, que às vezes chega a ser desgastante. A história começa com um enredo mais realista e pé no chão, mas aos poucos vai se perdendo e ficando um tanto místico. Outro problema do enredo é a associação que a escritora tenta fazer com as histórias da Bíblia. Algumas ficaram forçadas como no caso da versão atual de “Herodes”, o qual tenta ser associado com um personagem poderoso, mas que a única coisa que consegue fazer é ficar bisbilhotando a vida das pessoas que moram em seu prédio.
Cada capítulo mostra o ponto de vista de um personagem, na terceira pessoa. Os principais são o Doutor Rossi, Maggie, sua empregada, e Sam, o porteiro. Maggie é a personagem de destaque do livro, começa como uma simples empregada xereta e acaba se tornando uma personagem muito importante para a história. Aos poucos vamos conhecendo sua bondade e ternura. A mesma coisa acontece com Sam, o porteiro irlandês, boêmio e mulherengo, que possui um ótimo coração. Se há algo que não se pode reclamar do livro é o aprofundamento que se faz na personalidade dos personagens. Você realmente mergulha neles.
O Clone de Cristo não atende as expectativas, mas é um bom thriller para quem gosta de temas religiosos ou científicos. A mensagem final é forte e não tem como não se emocionar em algumas partes, sendo religioso ou não. A série é constituída de 5 livros.

Obs: Ainda vou ler o livro de James Beauseigneur e comparar com esse!


Danielly Stefanie

21 anos, formada em Publicidade. Não sabe se gosta mais de escrever ou de desenhar. Não sabe se tem mais medo da tela em branco do Word ou do Photoshop. Lê praticamente qualquer tipo de livro. É apaixonada por cultura japonesa, faz aulas de japonês, pratica karatê e kobudo. Sem falar todas os animes que assiste. Um dia vai trabalhar no Studio Ghibli (só não sabe se será desenhando ou escrevendo).

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