Quando me deparei com O Clone de Cristo de J. R. Lankford, pensei que fosse aquele livro que meu professor tinha falado, mas não. De qualquer forma, os dois tem o mesmo tema: um cientista clonou Jesus Cristo a partir do Sudário de Turim – que existe de verdade e acreditam ser a mortalha de Jesus, apesar de algumas controvérsias.
Na história da escritora Lankford, conhecemos o microbiologista Felix Rossi, que vai a uma expedição para descobrir se o Sudário de Turim é verdadeiro. Independente de sua veracidade, ele acaba roubando alguns fios contendo sangue. Um dos motivos dele ter colocado essa ideia em prática é a descoberta de, na verdade, ser judeu, e não católico como pensava. Após a morte dos seus pais, seu pai deixou uma carta contando sobre a fuga dele e de sua esposa da Itália para a América, na época da 2ª Guerra Mundial.
Por Jesus ter sido morto na mão de judeus, o doutor Rossi achou que era uma maneira de redimir seu povo, trazendo Jesus de volta. Para isso acontecer, além da verificação se é possível achar DNA nos fios ensanguentados, ele precisa achar uma mãe de aluguel perfeita para carregar a criança.
O nome em inglês se chama The Jesus Thief, que significa, O Ladrão de Jesus. Faz muito mais sentido este título – apesar de não causar tanto impacto – já que o livro parece mais focar na clonagem e no “ladrão de Jesus”, o Doutor Rossi, do que em Cristo. Não que ele não seja o tema principal, mas sua clonagem só acontece depois de mais da metade do livro, gerando ansiedade e frustração. O livro apresenta tanto, mas tanto detalhe científico, que às vezes chega a ser desgastante. A história começa com um enredo mais realista e pé no chão, mas aos poucos vai se perdendo e ficando um tanto místico. Outro problema do enredo é a associação que a escritora tenta fazer com as histórias da Bíblia. Algumas ficaram forçadas como no caso da versão atual de “Herodes”, o qual tenta ser associado com um personagem poderoso, mas que a única coisa que consegue fazer é ficar bisbilhotando a vida das pessoas que moram em seu prédio.
Cada capítulo mostra o ponto de vista de um personagem, na terceira pessoa. Os principais são o Doutor Rossi, Maggie, sua empregada, e Sam, o porteiro. Maggie é a personagem de destaque do livro, começa como uma simples empregada xereta e acaba se tornando uma personagem muito importante para a história. Aos poucos vamos conhecendo sua bondade e ternura. A mesma coisa acontece com Sam, o porteiro irlandês, boêmio e mulherengo, que possui um ótimo coração. Se há algo que não se pode reclamar do livro é o aprofundamento que se faz na personalidade dos personagens. Você realmente mergulha neles.
O Clone de Cristo não atende as expectativas, mas é um bom thriller para quem gosta de temas religiosos ou científicos. A mensagem final é forte e não tem como não se emocionar em algumas partes, sendo religioso ou não. A série é constituída de 5 livros.
Obs: Ainda vou ler o livro de James Beauseigneur e comparar com esse!
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