Filme: Omoide no Marnie (As Memórias de Marnie)



O Studio Ghibli é muitas vezes considerado a Disney do Japão por conta dos filmes mágicos e incríveis que faz. E não tem como falar desse estúdio, sem falar do seu fundador e mais talentoso diretor: Hayao Miyazaki, o qual tem um portfólio recheado de filmes encantadores, seja na direção de arte impecável ou no roteiro. Porém, por causa da idade, ele acabou se aposentando e fazendo com que a maioria acreditasse ser esse o fim da Ghibli, apesar do estúdio, obviamente não ser só Hayao Miyazaki e conter outras pessoas talentosas. O estúdio está parado no momento, não se sabe se fará mais filmes, mas como fã número 1, torço para que continuem. Os últimos filmes lançados, foram Os Contos da Princesa Kaguya – que está em cartaz no Brasil – e Omoide no Marnie (As Memórias de Marnie).
Omoide no Marnie é dirigido por Hiromasa Yonebayashi – que já trabalhou em outros filmes da Ghibli – e é uma história baseada no livro When Marnie was There da escritora britânica Joan G. Robinson. A história é sobre Anna Sasaki, que tem 12 anos e vive em Sapporo. Ela é apresentada como uma garota fechada, tímida, que não tem amigos e não gosta de si mesma. Sua mãe adotiva, Yoriko, preocupada com a tristeza de Anna e com seu estado de saúde – ela tem asma –, a envia para uma cidade pequena em Hokkaido para passar o verão com seus tios.
Anna, ao acaso, acaba achando uma linda e antiga mansão do outro lado de um pântano que chama sua atenção. Por gostar de desenhar, acaba passando horas analisando sua arquitetura. Um dia, conhece Marnie, uma garota loira com a qual já havia sonhado uma vez e que vive na mansão, a qual pensava estar abandonada. Anna e Marnie acabam criando um laço fortíssimo de amizade e aos poucos vamos conhecendo o passado delas e a ligação que as duas têm. 

Conforme vamos nos envolvendo com a história, acabamos questionando a existência de Marnie, já que ela aparece e some do nada. De fantasma a alucinações, o mistério nos envolve e faz ansiarmos pelo desfecho. E que desfecho! Prepare os lencinhos, porque o final é lindíssimo! Com Hayao Miyazaki ou sem, conseguiram fazer um filme delicado e tocante. Anna, que no começo é reclusa e triste, vai se transformando conforme sua amizade com Marnie vai se fortalecendo.
Quanto a arte, não tem nem o que falar. A Ghibli possui um estilo próprio para criar cenários e personagens que são de encher os olhos. Basta prestar atenção a casa dos tios de Anna, na bagunça, nos detalhes da decoração, tudo remete a vivência e conforto. A sensação é de estar realmente visitando a casa de alguém e se sentir bem recebido.




É uma pena que o filme não arrecadou tanto dinheiro da bilheteria quanto os outros. Mas de uma coisa tenho certeza: não é o fim da Ghibli. Mas falta o estúdio perceber isso também.

Danielly Stefanie

21 anos, formada em Publicidade. Não sabe se gosta mais de escrever ou de desenhar. Não sabe se tem mais medo da tela em branco do Word ou do Photoshop. Lê praticamente qualquer tipo de livro. É apaixonada por cultura japonesa, faz aulas de japonês, pratica karatê e kobudo. Sem falar todas os animes que assiste. Um dia vai trabalhar no Studio Ghibli (só não sabe se será desenhando ou escrevendo).

    Comentários do Blogger
    Comentários do Facebook

1 comentários:

  1. Asiáticos são pessoas que eu admiro muito, em Cultura, inteligência... Tudo!
    Gostei da história, gosto quando retratam algo com um tema simples, mas conseguem lhe fazer interessante. Claro, isso não é um tema exatamente simples, mas estou acostumada com os animes, posso dizer que me lembra um pouco da sintética de "Ano Hana".
    Particularmente, acho que os japoneses fazem algo simplesmente incrível quando se trata de ficção, como em "O Reino Dos Gatos", um dos meus prediletos.

    ResponderExcluir