O novo assassino de Stephen King

O último lançamento do mestre do horror, Stephen King, é Mr. Mercedes, um livro com uma narrativa que passeia entre o presente e o passado e também entre personagens, sem dar qualquer indício da mudança.

No início isso pode ser um pouco traiçoeiro, entretanto, a qualidade da escrita de King faz tudo ser mais simples e torna-se fácil conseguir acompanhar o livro que passeia entre dois pontos de vista, o do ex-detetive Kermit Hodges e pelo Mr. Mercedes, o assassino que matou oito pessoas sem nenhuma razão aparente em uma manhã nublada.

Mais uma vez, King prova que domina a arte de retratar e entrar dentro da cabeça de criminosos e maníacos. O autor parece ter uma fixação com tudo que pode chocar o leitor das formas mais alternativas possíveis.

O que mais impressiona no livro são os pensamentos de Mr. Mercedes, assim como sua história e o que se passa em sua vida. Alguns acontecimentos que justificam comportamentos atuais, alguns nojentos e outros simplesmente inaceitáveis fazem com que qualquer leitor fique no mínimo um pouco incomodado com as coisas ditas pelo assassino.

Apesar de ser menos interessante no ponto de vista do suspense, a história do ex-detetive também é muito bem estruturada. Todas as coisas que passam na cabeça de Hodges depois sua aposentadoria, assim como seus desejos e impulsividades estão presentes no livro e nos fazem refletir sobre a aposentadoria (mesmo estando bem longe dela) e também sobre o que realmente queremos fazer para o resto da vida.
A forma com que a vida dos dois narradores conecta-se durante a narrativa é perfeitamente dosada, nem muito, nem pouco, criando um clima perfeito para o suspense da história.
 




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