The 100 | Kass Morgan

É comum ouvirmos falar de histórias apocalípticas e pós-apocalípticas enquanto vivemos num mundo que, apesar dos seus problemas socioeconômicos culturais, ainda se mantém estável e, consequentemente, habitável. Um medo que nos persegue desde criança, quando jogávamos Resident Evil e nos transportávamos para um mundo incrível – terrível, mas incrível. É como se fantasiássemos tudo aquilo que talvez possa acontecer um dia e que, na melhor das hipóteses, possamos sobreviver. The 100 nos mostra isso.
Após uma terrível guerra nuclear que assolou a Terra, poucos milhares de pessoas vivem numa nave espacial conhecida por eles como Colônia. O artefato fora criado justamente para manter a raça humana viva até que a antiga casa volte a ser um local livre de radiação. Porém, os recursos, que um dia foram fartos na nave, agora estão prestes a se esgotar. Os tripulantes já não têm tanto oxigênio e isso faz com que as leis se tornem mais rígidas a fim de condenar pessoas à morte com mais facilidade e poupar aquilo que os dá vida. 
A morte não é a única alternativa. O conselho decide sentenciar 100 jovens, confinados por infringirem a lei, para voltarem à Terra e descobrirem se o lugar continua o mesmo que era há 97 anos atrás. 
Tudo é narrado por quatro personagens: Clarke, Bellamy, Wells e Glass. É através desses adolescentes que podemos ver de perto o caos tomando conta de um espaço rodeado por vácuo e escuridão. Dentre eles, Glass é a única que não foi levada de volta para o planeta. Fica claro durante toda a trama que todos eles não desempenham o papel de personagem principal tão bem quanto Clarke. Também notamos que Glass é deixada para trás justamente para mostrar o que está acontecendo na Colônia enquanto os escolhidos exploram o ambiente terrestre.
Apesar de parecer clichê, a história possui pontos característicos que a autora, Kass Morgan, desenvolve muito bem. Mesmo demorando um pouco para engrenar, a trama começa a fluir de maneira interessante e nos prende em seus capítulos curtos e curiosos.
Também temos contato com diversos flashbacks que remetem aos momentos vividos pelos protagonistas antes de serem confinados, e isso é encaixado de forma perfeita durante a descrição dos eventos presentes. Não vemos falhas na evolução dos personagens nos ambientes distintos e nem mesmo furos no decorrer do tempo versus espaço. Também nos cativa a forma como os romances são inseridos – aqui não existe melação, tudo parece simples e real. Embora pareça que já tenhamos ouvido essa história antes, estamos com uma obra prima inovadora em mãos. Este é só o começo de uma grande febre. 
O primeiro livro da saga The 100 é chamado, no Brasil, de Os Escolhidos e será continuado por Day 21, que está previsto para ser lançado dia 25 de setembro nos Estados Unidos. Ainda não sabemos se a editora Galera Record irá traduzir o título para “The 100 - Dia 21” ou se manterá o título em inglês, como nos EUA. O livro inspirou, inclusive, a série de mesmo nome, da emissora CW e tem feito sucesso em toda a América.

Cristiam Oliveira

22 anos, se formou em administração mas gosta mesmo de comunicação. Tem uma paixão enorme por cinema e adora, sobretudo, os livros. É muito organizado, calmo, chato e grudento; se apega muito fácil às pessoas que gosta e, às vezes, é extrovertido. Adora mudar e criar coisas; é muito curioso e persistente em tudo que faz. Gosta de cachorro mas prefere gatinhos (inclusive tem dois!).

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2 comentários:

  1. Esse livro mesmo que use um pouco daquilo já estamos acostumados, ainda consegue trazer alguns elementos novos, realmente concordo com o que está na escrita na resenha, com certeza irá virar uma febre ainda mais com a série de televisão derivada do livro, quero ler e conferir o que Kass proporciona ao leitor.

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  2. Um livro bom, e a série segue o mesmo ritmo! Incrível
    Abraços

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