Juntos e Misturados | Frank Coraci

Embora tenha amigos que discordem, eu sempre me considerei bem eclético com filmes. Gosto desde Os Sem Floresta até Laranja Mecânica. Não tenho problemas com gênero, com diretor, com elenco e nem com estilo de produção. Só tenho uma aversão cinematográfica composta por nome, sobrenome e uma barriga de chopp que cresce a cada ano: Adam Sandler. Para não esculachar tanto o cara, confesso que Click e Como se fosse a primeira vez são bons filmes. Mas, nos últimos anos, o ator só trouxe os mesmos pastelões para a telona e, quando saiu da mesmice, fez pior. 
O recém-lançado Juntos e Misturados não fica para trás dos meus argumentos acima. Embora traga algumas boas risadas, o enredo é o mesmo que já estamos acostumados e - no meu caso - cansados. Sandler é Jim, um viúvo que tem um encontro às cegas com a divorciada Lauren, interpretada por Drew Barrymore. O encontro é tão desastroso quanto as situações em que cada um se encontrava: Jim tem três filhas completamente desestabilizadas que trata como se fossem meninos, é bobão e com dificuldades de tato. Lauren trabalha organizando guarda-roupas e virou meme na internet após ser flagrada experimentando alguns acessórios de uma cliente. Além disso, tem dois filhos tão instáveis quanto as de Jim. 
Depois da noite catastrófica entre os dois, eles preferiram não se encontrar novamente. Óbvio, não foi o que aconteceu. Ambos negociam passagens para um resort na África com o mesmo homem - marido da colega de serviço de Lauren - que desistiu da viagem.Sendo assim, as duas famílias viajam de mala e cunha para o luxuoso hotel e africano e são surpreendidos ao descobrirem que os aposentos seriam divididos entre eles. É clichê, mas é um clichê necessário para que a comédia romântica se desenvolva. 
O pastelão é recheado com avestruzes, rinocerontes transando e um funcionário do hotel muito engraçado interpretado por Terry Crews. O enredo não favorece para que a química entre Barrymore e Sandler seja tão boa quanto em Como se fosse a primeira vez. A paixão formada entre os dois é desenvolvida a partir do momento em que um se aproxima dos filhos do outro, representando a figura feminina ou masculina que as crianças da história sentem falta. 
Confesso que minha repulsa por filmes do Adam Sandler, intensificada depois de Cada um tem a gêmea que merece, já foi acalmada com este novo filme. O segredo para que Juntos e Misturados seja uma experiência satisfatória é reduzir as expectativas. A história traz o um pouco do que Esposa de Mentirinha já trouxe, com pontos positivos e pontos negativos no enredo. Não vale um ingresso de cinema, mas vale um domingo a tarde com a família ou amigos em frente a televisão. 

Rafael Palone

20 anos, é jornalista o tempo todo e Superman nas horas vagas. Potterhead, filho de Hermes, tributo, cinéfilo, membro da erudição, coldplayer, palmeirense, fanático por super-heróis, entre outros. Sabe tocar piano, teclado e campainha. Gosta de escrever e seu maior sonho é entrar no cinema para ver a adaptação de um livro por ele escrito.

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7 comentários:

  1. Me falaram que mudaram o "psicológico" da Barrymore em relação aos últmos filmes com Sandler, não entendi muito bem, mas só vendo mesmo. Realmente, os últimos filmes do Sandler deixaram ( e muito) a desejar.

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  2. O filme que eu mais odeio do Adam é aquele da irmã gêmea....

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  3. Eu parei de assistir os filmes dele a muito tempo, e concordo com vc os novos filmes estão na mesmice de sempre mas quem sabe no futuro melhore.

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  4. Como eu moro em uma cidade que não tem cinema (sim, é um fim de mundo), tenho que me deslocar para outra para poder ir. Só que quando fui olhar os filmes que estavam em cartaz, nenhum me atraiu. O melhorzinho me pareceu ser esse mas, para não gastar grana por nada, não fui assistir. Acho que não me arrependo disso...

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  5. Gostei muito, mas moro em cidade pequena e fica difícil me deslocar para ir em cinemas, daí complica tudo .. Mas acho que vale a pena

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  6. Nossa, super verdade o que você falou. Somos dois no quesito "estou cansada do Adam Sandler e suas mesmices". Ainda não vi o filme, e nem acho que valha à pena eu ver. Simplesmente acho melhor usar o dinheiro em filmes bem melhores no cinema.

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  7. Este filme prova que o amor ainda existe .

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