Livro: O projeto Rosie, de Graehe Simsion

As pessoas mais próximas de mim sempre reclamaram da minha mania de fazer milhões de cursos e coisas ao mesmo tempo. Minha agenda é tão cheia que às vezes eu me questiono várias vezes se consigo dar conta de tudo, ainda mais por eu não ser nada metódica. O personagem principal de O Projeto Rosie é até parecido comigo, tirando o fato de ser super organizado a ponto de criar um cronograma de todos os seus dias. E se algo sair errado? Ele recalcula tudo novamente. Esse é só mais uma das manias de Don Tillman.
Não se sabe ao certo o que Don tem – talvez um grau leve de autismo? Síndrome de Asperger? –, mas com quase quarenta anos, bonito, musculoso, atlético, extremamente inteligente, ele seria o par perfeito... se não fosse sua falta de traquejo social e sua incapacidade em criar laço com as pessoas. Um casal de amigos – e únicos amigos! – Gene e Cláudia, sugere que ele tente se esforçar para achar uma esposa, então, Don acaba criando o Projeto Esposa: um questionário que as mulheres devem responder para saberem se estão “qualificadas”. Segundo Don isso pouparia tempo e possíveis problemas.

“-Creio que encontrei uma solução para o Problema Esposa. Tal como acontece com tantas grandes descobertas científicas, a resposta parece óbvia quando analisada em retrospecto. Mas, se não fosse por uma série de eventos não programados, muito provavelmente eu não a teria descoberto.” 

Depois de ver que o questionário não estava tendo resultados tão efetivos – afinal, a mulher ideal não podia beber muito, não podia ser vegetariana, não podia fumar, tinha que ser inteligente, gostar de exercícios físicos... –, Rosie Jarman acaba entrando em sua vida de uma maneira inusitada. Rosie quer descobrir seu pai biológico e Don, por ser geneticista, decidi ajudá-la. Os dois irão se meter em cada uma para conseguir fios de cabelos ou resíduos corporais para fazer o teste DNA.
Rosie Jarman é totalmente o oposto da mulher ideal. Tudo que Don abomina, ela é. Porém, aos poucos ele vai percebendo que a personalidade humana vai além das coisas que fazemos ou gostamos. Rosie, com sua personalidade forte e singular, vai transformando a vida de Don. Ela mostra que planejar tudo na nossa vida nem sempre é o ideal, que muitas vezes precisamos ter experiências diferentes, nos arriscar e deixar a vida levar.
A narração é feita em primeira pessoa por Don. Alguns leitores podem achar irritante a forma dele ver o mundo, mas achei uma leitura bastante prazerosa. Quando você aceita a personalidade do personagem – que é bem diferente de tudo que já li – é mais fácil entender e aceitar como seu mundo funciona. A história é adorável e dá para ler rapidinho.

 “Ao contrário de Gene e Claudia, e pelo visto da maioria da raça humana, não me afeto emocionalmente com histórias de amor. Parece que não sou programado para esse tipo de reação.”


Danielly Stefanie

21 anos, formada em Publicidade. Não sabe se gosta mais de escrever ou de desenhar. Não sabe se tem mais medo da tela em branco do Word ou do Photoshop. Lê praticamente qualquer tipo de livro. É apaixonada por cultura japonesa, faz aulas de japonês, pratica karatê e kobudo. Sem falar todas os animes que assiste. Um dia vai trabalhar no Studio Ghibli (só não sabe se será desenhando ou escrevendo).

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