Não se sabe ao certo o que Don tem – talvez um grau leve de autismo? Síndrome de Asperger? –, mas com quase quarenta anos, bonito, musculoso, atlético, extremamente inteligente, ele seria o par perfeito... se não fosse sua falta de traquejo social e sua incapacidade em criar laço com as pessoas. Um casal de amigos – e únicos amigos! – Gene e Cláudia, sugere que ele tente se esforçar para achar uma esposa, então, Don acaba criando o Projeto Esposa: um questionário que as mulheres devem responder para saberem se estão “qualificadas”. Segundo Don isso pouparia tempo e possíveis problemas.
“-Creio que encontrei uma solução para o Problema Esposa. Tal como acontece com tantas grandes descobertas científicas, a resposta parece óbvia quando analisada em retrospecto. Mas, se não fosse por uma série de eventos não programados, muito provavelmente eu não a teria descoberto.”
Depois de ver que o questionário não estava tendo resultados tão efetivos – afinal, a mulher ideal não podia beber muito, não podia ser vegetariana, não podia fumar, tinha que ser inteligente, gostar de exercícios físicos... –, Rosie Jarman acaba entrando em sua vida de uma maneira inusitada. Rosie quer descobrir seu pai biológico e Don, por ser geneticista, decidi ajudá-la. Os dois irão se meter em cada uma para conseguir fios de cabelos ou resíduos corporais para fazer o teste DNA.
Rosie Jarman é totalmente o oposto da mulher ideal. Tudo que Don abomina, ela é. Porém, aos poucos ele vai percebendo que a personalidade humana vai além das coisas que fazemos ou gostamos. Rosie, com sua personalidade forte e singular, vai transformando a vida de Don. Ela mostra que planejar tudo na nossa vida nem sempre é o ideal, que muitas vezes precisamos ter experiências diferentes, nos arriscar e deixar a vida levar.
A narração é feita em primeira pessoa por Don. Alguns leitores podem achar irritante a forma dele ver o mundo, mas achei uma leitura bastante prazerosa. Quando você aceita a personalidade do personagem – que é bem diferente de tudo que já li – é mais fácil entender e aceitar como seu mundo funciona. A história é adorável e dá para ler rapidinho.
“Ao contrário de Gene e Claudia, e pelo visto da maioria da raça humana, não me afeto emocionalmente com histórias de amor. Parece que não sou programado para esse tipo de reação.”
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