A Menina Submersa em mistérios

Perturbador. Pode-se dizer que o livro é um tanto quanto louco e, ao mesmo tempo, incrível, mas, acima de tudo, é perturbador.

Eu nunca havia lido um livro de memórias anteriormente, e me senti incomodado no início, pois ler os pensamentos de alguém me pareceu denso e estranho. Sim, a história é densa do início ao fim e não é nada fácil seguir à risca os devaneios de India Morgan Phelps, mais conhecida como Imp, a protagonista desses relatos. 
A garota também é a narradora de suas próprias histórias, portanto A Menina Submersa – Memórias é, de fato, uma história dentro de uma história, que nem sempre segue uma ordem cronológica. A narração em si acontece em tempo real, mas as memórias são lançadas de acordo com as situações e dispõem um mundo completamente maluco sobre fantasmas e teorias pessoais. Quem nunca criou teorias sobre algo? 
A diferença é que Imp viveu e vive uma vida completamente turbulenta devido aos seus problemas psicológicos e familiares. Ela convive com a esquizofrenia desde que se conhece por gente, e também vivenciou este problema psicológico com sua mãe e sua tia-avó. É fácil perceber que é algo de família. No entanto, ela vive uma vida normal à base de remédios que a trazem à realidade. Sua namorada também a ajuda trazer um pouco da realidade para o seu mundo insano. A garota discorre sobre seus medos e assombrações, passado e presente, tudo isso envolto a teorias e analogias sobre quadros, histórias e pensamentos.
A história é incrível, porém destina-se a um público dark mais específico. O fato da história ser muito densa e difícil de acompanhar pode fazer com que muitos abandonem uma obra muito rica e absurdamente cheia de mistérios. Eu mesmo confesso que tive essa dificuldade em prosseguir com a história, que mantém um ritmo lento e mórbido, mas me deixei levar por Imp e seus pensamentos para que tudo fluísse e eu me sentisse tão são quanto ela.
Eu li este livro esperando outra coisa, julgo que este tenha sido o maior problema nessa leitura. E isso fez com que, às vezes, eu não conseguisse absorver muito bem o que Imp estava querendo me dizer. Um livro que precisa ser lido com calma, atenção e devaneios à flor da pele.

Cristiam Oliveira

22 anos, se formou em administração mas gosta mesmo de comunicação. Tem uma paixão enorme por cinema e adora, sobretudo, os livros. É muito organizado, calmo, chato e grudento; se apega muito fácil às pessoas que gosta e, às vezes, é extrovertido. Adora mudar e criar coisas; é muito curioso e persistente em tudo que faz. Gosta de cachorro mas prefere gatinhos (inclusive tem dois!).

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3 comentários:

  1. Interessante.. A resenha me deixou bem interessada nesse livro.
    Vou pôr na minha lista (lista infinita)

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  2. Não gostei muito, não sou ler livros assim, o único que eu quero ler que é meio Dark é de uma resenha que eu vi aqui no blog

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  3. Esse sim foi um dos melhores livros que já li , pois me fazia pensar quando estava em como a autora conseguia fazer com que aquela narrativa fosse convincente o bastante para nós leitores , e estampar muito bem uma personalidade tão confusa e (para mim) na maioria das vezes mostra como temos , cada um de nós , alguns momentos de insanidade .

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