Popular | Maya Van Wagenen

Popular reúne duas coisas que geralmente não gosto em um livro: história autobiográfica e formato de diário. Para minha surpresa, pela primeira vez me apaixonei por esse gênero e realmente me envolvi na vida da personagem. Acredito que a principal diferença é o ritmo dos textos que não é quebrado. As datas em que as páginas foram escritas estão ali, mas a menina não inicia com “Meu querido diário” ou nada assim, apenas retoma a trama de onde parou. 
Além disso, o tema não é uma pessoa famosa ou um personagem histórico, mas uma garota comum, que poderia ser alguma daquelas que se sentam ao seu lado nas salas de aula. Acontece que Maya Van Wagenen, a personagem principal e escritora do livro, teve uma ideia brilhante e resolveu fazer um teste um tanto quanto inusitado sobre popularidade, o que rendeu uma história digna de livro, que muitas vezes até me parecia inventada, não fosse pelas fotos que comprovavam tudo o que estava escrito ali.
Tudo começou quando numa sessão de desapego, a mãe de Maya encontrou um livro que seu marido havia comprado em um brechó há algum tempo por achar divertido e mostrou-o para a filha. Guia da Popularidade Para Adolescentes foi escrito por Betty Cornell, uma modelo reconhecida, em 1951. Maya, uma menina do nono ano, um pouco acima do peso ideal, que usava aparelho odontológico, óculos redondos e rabo de cavalo baixo, nunca chegou nem perto de ser popular, muito pelo contrário, e aceita a ideia de sua mãe ao encontrar o livro: seguir religiosamente o passo a passo do guia durante seu último ano no ensino fundamental e registrar tudo o que acontece em um diário.
Maya se descobre mais corajosa do que o esperado ao enfrentar regras criadas nos anos 50. Ela começa a usar luvas, chapéus, colares de pérolas, cintas, diversos penteados e isso é só um pouco de toda a sua experiência que passa a ser também um grande aprendizado pessoal.
A linguagem do livro me surpreendeu por ser mais madura que eu imaginava, uma vez que foi escrita por uma garota do nono ano. As reflexões de Maya são bem profundas, nos fazem rir e até mesmo chorar. Acredito que tudo o que está escrito ali pode ajudar muito os adolescentes e fazê-los questionar as barreiras sociais tão presentes nas salas de aula.
A única coisa que me incomodou foi a capa, que parece ser de um livro infantil. Acredito que as adolescentes por aí, exatamente o público alvo, não ficariam muito orgulhosas de carrega-la nos corredores do colégio, ainda mais com todos os conflitos dessa fase. Entendo a brincadeira do jogo de recortes na ilustração que relaciona-se à história, mas uma capa diferente, mais moderna e bonita, chamaria mais atenção das garotas por aí.




Malu Sâmia

20 anos, está na faculdade de jornalismo. Gosta de fotografia, comédias românticas, shows, revistas, clichês bem escritos, de tocar violão e viajar. Está sempre com um livro e o iPod na mochila, coleciona ingressos de cinema e imas de cidades. É impulsiva, persistente, um pouco distraída e muito curiosa.

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1 comentários:

  1. Não faz meu estilo, hueheu
    nem me interessei.
    nem gostei da capa.

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