O Dia do Curinga | Jostein Gaarder

Jostein Gaarder é mais conhecido por ter escrito O Mundo de Sofia, um livro que me acompanhou dos 13 aos 14 anos nas minhas aulas de filosofia. Não era esse o livro requisitado pela escola, mas achei a maneira dele muito didática ao explicar as ideias e teorias dos filósofos. Em O Dia do Curinga, Jostein não abandona nem um pouquinho a filosofia, mas muitas das vezes ela está nas entrelinhas. Através de uma fábula, ele aplica várias teorias filosóficas e faz a gente se questionar sobre nós mesmo e nossas origens. 
A história é sobre um garoto chamado Hans-Thomas, que juntamente com seu pai, cruzam a Europa em busca de sua mãe. Ela abandonou a família para “se encontrar” e a única pista que eles possuem é a de que ela virou modelo e está em Atenas, na Grécia. Durante a viagem, Hans-Thomas acaba conhecendo um anão que lhe dá uma lupa e diz que ele deve ir até uma cidadezinha chamada Dorf. Na cidadezinha, ele ganha de um padeiro um livrinho que estava dentro de um pão doce que só pode ser lido com a lupa. Ao ler a história, Hans-Thomas começa a perceber que ela tem relação com a sua própria história de vida. 
Por mais que o enredo seja bastante fantasioso, Jostein escreve de maneira tão inteligente e consegue ir costurando a história com maestria. É incrível como ele associa sua imaginação com teorias filosóficas de maneira sutil, mas o suficiente para emitir um estalo dentro da gente. É impossível não se questionar várias vezes ao longo do livro. 
A associação da vida com cartas de baralho é um dos pontos altos. O Curinga que dá nome ao livro deixa de ser apenas uma carta ou um bobo da corte e se transforma no principal mistério e dúvida do enredo. Sem falar que ele segue uma linha numa história dentro de outra história, que está dentro de outra história e por aí vai. Isso poderia ser complexo e fazer o leitor se perder em tantos pontos de vista, mas Jostein consegue separar bem uma história da outra. O livro é dividido em 52 capítulos, em que cada um é uma carta de baralho. Esses capítulos são divididos em 4 partes, sendo que cada uma representa um naipe. Além de ser criativo, é uma ótima forma de nos imergir ainda mais na história. É o tipo de livro que vai agradar tanto pessoas que gostam de filosofia, como aquelas que não.

"A diferença entre Sócrates e todos os outros era que os outros estavam de todo satisfeitos com o pouco que sabiam, embora não soubessem mais do que ele. E as pessoas que se sentem satisfeitas com o que sabem nunca poderão ser filósofos”.


Danielly Stefanie

21 anos, formada em Publicidade. Não sabe se gosta mais de escrever ou de desenhar. Não sabe se tem mais medo da tela em branco do Word ou do Photoshop. Lê praticamente qualquer tipo de livro. É apaixonada por cultura japonesa, faz aulas de japonês, pratica karatê e kobudo. Sem falar todas os animes que assiste. Um dia vai trabalhar no Studio Ghibli (só não sabe se será desenhando ou escrevendo).

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6 comentários:

  1. Nossa só pela capa já dava 5 estrelas hhaha. Eu adorei a resenha, é um livro bastate interessante e curioso, adoro esse tipo de livro que deixa leitor intrigado, por que assim a história flui melhor.
    Imaginei o livro completamente diferente. Pensei que era de ação ou algo do gênero, mas mesmo sendo um livro "filosófico" me agradou muito.

    Ficou muito legal a resenha Dani! Parabéns ;)

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  2. Eu achei que falasse sobre o Curinga ou era relacionado ao baralho e algum tipo de jogo muito respeitado no mundo do livro. O Livro parece bem interessante, o professor de filosofia (aquela PESSOA que me deu aquela NOTINHA) pode ate gostar, vou dar de presente para ele.

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  3. Assim, eu odeio qualquer coisa relacionada á filosofia, por isso o livro não me chamou muita atenção, mas aí você falou de fantasia... e o que fazer quando algo que você não gosta se liga a algo que você ama? :|

    Na dúvida, acho que não leria...

    Bjs!

    http://leiturasilenciosaoficial.blogspot.com.br/

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  4. Eu té gosto de filosofia, mas apesar de tudo o livro não me interessou tanto assim, mesmo assim quero ler para saber o que se sucede e também se eu conseguiria sacar a reflexões nas entrelinhas.

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  5. Interessante, mas botou filosofia no meio já deixou um pouco complicado e não gostei da capa nem do título, de nada! Livro não faz meu estilo

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  6. Nossa, eu estava crente, tinha quase certeza absoluta só de olhar pra capa e esse título que esse livro falaria ou teria alguma deferência ao coringa, vilao e inimigo do batman kkkkkkkk
    Mas enfim, achei a historia bem interessante, ate que eu gosto de filosofia e realmente, a resenha me intdressou, parece ser um livro muito bom de ser lido.
    #Igu

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