Nihonjin | Oscar Nakasato

Nihonjin é o polêmico vencedor do Prêmio Jabuti de 2012, no qual os outros competidores receberam notas baixas. Não li os outros livros que concorriam, mas posso afirmar que o prêmio foi mais do que merecido. São 176 páginas muito bem escritas com uma história encantadora e tocante. 
É sobre a imigração japonesa no Brasil, no qual foca nas três gerações da família de Hideo Inabata. Ele chegou ao Brasil nos anos 20, pretendendo trabalhar nas fazendas de café do interior de São Paulo, enriquecer e voltar para o Japão onde pretendia ser dono de um mercado. Uma língua diferente, uma cultura diferente e o trabalho pesado, logo ele e sua esposa Kimie percebem que o sonho está mais longe do que o esperado. 
Quem conta a história de sua família é o neto de Hideo (não lembro se em algum momento do livro é revelada sua identidade ou se eu me esqueci). Ele narra os costumes e a cultura dos japoneses no Brasil de maneira brilhante e real, parecendo que estamos acompanhando os personagens durante as épocas. Cada membro da família vai ganhando importância aos poucos e permitindo-nos, de uma maneira sutil, conhecê-lo melhor. A narração de Oscar Nakasato é fria, bela e metafórica como a cultura japonesa. 
De todos os personagens apresentados, preciso dizer que minha favorita foi Kimie. A primeira esposa de Hideo, que sonhava um dia ver a neve nos cafezais. Inocente e com saudades do Japão, a cada inverno, ela sentava-se na frente da sua modesta casa e via os flocos de neve nostálgicos caindo em solo brasileiro. A história dela é simples e linda. 
O único problema que você pode encontrar ao ler o livro são as várias palavras em japonês, que não possuem nota de rodapé. Mas não se desesperem, são palavras bem fáceis e básicas, basta uma googlada e pronto, você já sabe o significado. Começando pelo título: Nihonjin, que significa a nacionalidade japonesa. 
O Brasil é um país cheio de culturas diferentes, as quais convivemos todo o dia. Nihonjin é um presente dos imigrantes japoneses para as outras culturas do Brasil. É uma forma de compreender uma das culturas que fazem parte de nós. Então, pegue o livro, tome uma xícara de chá e viaje no tempo.


Danielly Stefanie

21 anos, formada em Publicidade. Não sabe se gosta mais de escrever ou de desenhar. Não sabe se tem mais medo da tela em branco do Word ou do Photoshop. Lê praticamente qualquer tipo de livro. É apaixonada por cultura japonesa, faz aulas de japonês, pratica karatê e kobudo. Sem falar todas os animes que assiste. Um dia vai trabalhar no Studio Ghibli (só não sabe se será desenhando ou escrevendo).

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8 comentários:

  1. ownn *-* , realmente deve ser muito interessante ver a história deles naquele tempo

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  2. Legal, um livro que trata do quanto é dificil, morar em outro país, principalmente aqui no Brasil...O primeiro do tipo que vejo

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  3. Nooossa quero mto ler agoraa!! Tenho descendência japonesa e sei o idioma,nao vou ter problemas com as palavras em japones! Hahaha! E acho que será mto interessante ler algo relacionado à historia dos meus antepassados! Entrou pra minha listabde próximas leituras com certeza!!!!

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  4. Esse livro parece muito interessante e bom, achei legal o fato deles colocarem palavras em japones. O ruim é que eu não entendo nada, parei com os animes por uns dias.

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  5. O livro me chamou atença por abordar a cultura japonesa, e isso acaba fazendo com que o leitor tenha um conhecimento maior sobre essa grandiosa cultura! Eu acho que as palavras japonesas não me atraparia tanto, pois, como você disse, só basta dá uma googlada hahahah

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  6. Adoro o Japão, sua cultura e principalmente mangás e animes *-*
    E muito interessante a premissa desse livro a ainda mais sendo menos de 200 páginas.

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  7. Oi Dany!
    Não sou muito fã de animes, mangás e histórias do Japão. Mas, prometo que vou dar uma chance para este livro, quem sabe este não me surpreenda.

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  8. Não sou nem um pouco fã da cultura japonesa... Mas acho que vale uma chance.

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