Livro: Perdida, de Carina Rissi

Todos nós temos pelo menos um pouco de Sofia. Ela é a típica garota do século 21, totalmente dependente de tecnologia, mais até do que ela pode acreditar. Viver sem celular, computador ou microondas parece ser algo inimaginável.
Depois de um dia cansativo, Sofia recebe a notícia de que sua melhor amiga, Nina, pretende se casar e se vê no meio de uma comemoração. À esse ponto, a garota já não acredita mais em amor verdadeiro e não entende como a amiga está disposta a dividir o resto da sua vida com outra pessoa. No meio da festa, já alterada por causa do álcool, Sofia vai ao banheiro e derruba o celular no vaso sanitário. Como ela não consegue viver sem aquele aparelho, logo na manhã seguinte, ela já sai em busca de um novo.
Na primeira lojinha que encontra, Sofia é atendida por uma vendedora um pouco estranha que vende um celular que promete ser inovador e suprir todas as necessidades da garota, mas ao liga-lo, algo totalmente impossível acontece: ela é transportada para 1930.
O celular funciona como uma máquina do tempo incontrolável, e tudo o que recebe é uma mensagem dizendo que ela precisa encontrar algo por ali, completar uma espécie de missão misteriosa. A grande sorte de Sofia é que de cara ela encontra o - irresistível - Sr. Clarke, que a acolhe em sua casa, mesmo sem saber nada sobre a vida da menina, acreditando que ela sofreu um assalto, devido à pouca roupa para época e os escassos pertences que ela carregava.
O mais divertido é ver como Sofia lida com a falta de tecnologia nos anos 30 à partir daí. Os conflitos de épocas vão muito além, já que não existiam coisas ainda mais básicas para nós atualmente, como calcinha, chuveiro ou papel higiênico. A linguagem carregada de gírias e os modos também fazem ela se sentir um peixe fora d’água, mas ela terá que superar muito mais do que isso se quiser completar seu propósito e voltar pra casa.
Carina Rissi, em Perdida, foca bastante no romance, então se você espera conflitos ideológicos das épocas e coisas do gênero, não está lendo o livro certo, já que até os escravos ficam de fora desse livro, como a escritora mesmo explica na nota final. Ainda assim, Carina consegue fazer os leitores reavaliarem várias mordomias das invenções contemporâneas que nem ao menos nos damos conta mais, o que é muito legal.
Os personagens, como de costume da escritora, são muito bem desenvolvidos. O crescimento de Sofia durante a experiência é visível. Além disso, é impossível não se apaixonar pelo Sr. Clarke e desejar que o mundo tivesse um pouco mais daquele romantismo épico. A história em si e os personagens são mesmo bastante idealizados, mas se você já estiver com isso em mente para a leitura, com certeza irá amar.






Malu Sâmia

20 anos, está na faculdade de jornalismo. Gosta de fotografia, comédias românticas, shows, revistas, clichês bem escritos, de tocar violão e viajar. Está sempre com um livro e o iPod na mochila, coleciona ingressos de cinema e imas de cidades. É impulsiva, persistente, um pouco distraída e muito curiosa.

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