Depois de um dia cansativo, Sofia recebe a notícia de que sua melhor amiga, Nina, pretende se casar e se vê no meio de uma comemoração. À esse ponto, a garota já não acredita mais em amor verdadeiro e não entende como a amiga está disposta a dividir o resto da sua vida com outra pessoa. No meio da festa, já alterada por causa do álcool, Sofia vai ao banheiro e derruba o celular no vaso sanitário. Como ela não consegue viver sem aquele aparelho, logo na manhã seguinte, ela já sai em busca de um novo.
Na primeira lojinha que encontra, Sofia é atendida por uma vendedora um pouco estranha que vende um celular que promete ser inovador e suprir todas as necessidades da garota, mas ao liga-lo, algo totalmente impossível acontece: ela é transportada para 1930.
O celular funciona como uma máquina do tempo incontrolável, e tudo o que recebe é uma mensagem dizendo que ela precisa encontrar algo por ali, completar uma espécie de missão misteriosa. A grande sorte de Sofia é que de cara ela encontra o - irresistível - Sr. Clarke, que a acolhe em sua casa, mesmo sem saber nada sobre a vida da menina, acreditando que ela sofreu um assalto, devido à pouca roupa para época e os escassos pertences que ela carregava.
O mais divertido é ver como Sofia lida com a falta de tecnologia nos anos 30 à partir daí. Os conflitos de épocas vão muito além, já que não existiam coisas ainda mais básicas para nós atualmente, como calcinha, chuveiro ou papel higiênico. A linguagem carregada de gírias e os modos também fazem ela se sentir um peixe fora d’água, mas ela terá que superar muito mais do que isso se quiser completar seu propósito e voltar pra casa.
Carina Rissi, em Perdida, foca bastante no romance, então se você espera conflitos ideológicos das épocas e coisas do gênero, não está lendo o livro certo, já que até os escravos ficam de fora desse livro, como a escritora mesmo explica na nota final. Ainda assim, Carina consegue fazer os leitores reavaliarem várias mordomias das invenções contemporâneas que nem ao menos nos damos conta mais, o que é muito legal.
Os personagens, como de costume da escritora, são muito bem desenvolvidos. O crescimento de Sofia durante a experiência é visível. Além disso, é impossível não se apaixonar pelo Sr. Clarke e desejar que o mundo tivesse um pouco mais daquele romantismo épico. A história em si e os personagens são mesmo bastante idealizados, mas se você já estiver com isso em mente para a leitura, com certeza irá amar.
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