Livro: Caixa de Pássaros, de Josh Malerman

Imagine a seguinte situação: um mal começa a se espalhar pelo mundo. Se você o ver, é infectado e tem um ataque de violência súbito, que termina com o seu próprio suicídio. Para não passar por isso, a receita é simples: você não deve olhar para esse mal, que vive livre pelo mundo. Ou seja, você não pode sair de casa, que ainda precisa ter as janelas cobertas o tempo todo. Se sair, é necessário manter os olhos fechados.

Esta é a premissa do livro Caixa de Pássaros, de estreante Josh Malerman. Com uma narrativa ágil e pouco usual, Malerman conta a história de Malorie e seus dois filhos, que vivem sozinhos em uma casa. As crianças, ainda pequenas, nunca viram a luz do sol diretamente e nem sabem como é a rua onde moram. Afinal, quando nasceram, o mundo já estava contaminado.

Assim, o autor conseguiu criar um ambiente tenso e que não mantém o leitor disperso ou distante da história. É tudo intenso. A cada página virada, um frio na barriga. Afinal, pense nos seus medos hoje. Eles podem ser vistos, certo?  No caso de Malorie e seus filhos, nada é palpável ou próximo das pessoas. Um rápido barulho na janela e o medo se instala. Afinal, o que está lá?

E assim como os livros de Harlan Coben ou do brasileiro Raphael Montes, Caixa de Pássaros é um daqueles thrillers que não são abandonados no meio da leitura. Com cenas ágeis em sequência e acontecimentos perturbadores, é impossível largar. Típico livro de "virar a noite".

O final, entretanto, pode angustiar e chatear alguns. Afinal, o autor optou por algo que foge completamente do usual. Eu, particularmente, adorei. Mas, sem dúvidas, irá dividir opiniões e muitos, sem dúvidas, clamarão por uma continuação - que, segundo o autor, não deve existir.

Enfim, Caixa de Pássaros é um livro intenso, ágil e perturbador. Daqueles que não saem da mente tão cedo e que causam arrepios durante a leitura.

P.S.: recomendo não ler durante a noite. A menos que queira ter um sono agitado...




Matheus Mans

20 anos, estudante de jornalismo. Leitor voraz de qualquer tipo de livro, cinéfilo de carteirinha e apaixonado por música brasileira. Não vive sem doses frequentes de Stephen King, Arnaldo Antunes, Wes Anderson, Woody Allen, Adoniran Barbosa, Neil Gaiman, Doctor Who, Star Wars e muitas outras coisas que permeiam sua vida.

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