A genialidade de Murakami em pequenas doses

Quando li o já clássico 1Q84, virei fã instantâneo do escritor japonês Haruki Murakami. A escrita ágil e criativa dele me surpreendeu, fazendo com que fosse atrás de outros livros, como o excelente Kafka à Beira-Mar e o criativo O Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação. Não deu outra: virei fã de carteirinha do escritor asiático.

Agora, acabo de ler um livro que mostra uma outra faceta de Murakami: Homens sem Mulheres. Ao contrário da maioria e dos mais populares livros do japonês, esta nova obra conta com crônicas e contos selecionados e que tem um assunto em comum: homens solitários, sem companhia. São sete contos, todos falando sobre  homens que perderam suas mulheres depois de um relacionamento marcado por mal-entendidos ou que, simplesmente, nunca acharam alguém. 

Entretanto, o mais interessante é que o livro, no geral, não é um relato melodramático sobre pessoas que perderam suas companheiras. Pelo contrário. Todas as histórias possuem como personagens principais as mulheres, que invadem a vida dos homens e, por algum motivo, desaparecem. As marcas que elas deixam, então, acabam permeando a vida inteira do personagem.

Dentre as sete histórias contadas, duas chamaram mais a atenção. Samsa apaixonado, que narra a transformações de um inseto em Gregor Samsa, o personagem do livro A Metamorfose, de Kafka. É extremamente divertido e perturbador. Ficou na minha mente por um longo tempo.

Além deste, chamou minha atenção o conto que dá nome ao livro. Homens sem Mulheres é um conto que tem características vistas em todas obras do autor: é divertido, mas ao mesmo tempo singelo, reflexivo e, como dito na própria sinopse, arrebatador. Fecha o livro com chave de ouro.

Enfim, Murakami é um gênio, seja ao escrever romances, ficção, memórias ou, como visto em Homens sem Mulheres, contos. É delicioso de se ler.


Matheus Mans

20 anos, estudante de jornalismo. Leitor voraz de qualquer tipo de livro, cinéfilo de carteirinha e apaixonado por música brasileira. Não vive sem doses frequentes de Stephen King, Arnaldo Antunes, Wes Anderson, Woody Allen, Adoniran Barbosa, Neil Gaiman, Doctor Who, Star Wars e muitas outras coisas que permeiam sua vida.

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