Em Fahrenheit 451, a curiosidade tornou o homem esperto

Você já se imaginou vivendo num mundo onde ler livros é terminantemente proibido? E que possuí-los pode te levar a cadeia ou até mesmo à morte? Ray Bradbury imaginou, e criou Fahrenheit 451, uma distopia que se tornou clássica entre o gênero e nos transportou a um nicho da ficção científica ainda pouco explorado na época.

E aí galera do Índice X, tudo bem com vocês?
Não poderia deixar de falar desse livro espetacular que tive o prazer de ler esse mês. Uma mistura de ficção científica com suspense que me deixou bem aflito e ansioso em saber o que aconteceria com o protagonista da história, o bombeiro Montag.

Ele vive num futuro um pouco distante do nosso, com sua mulher Mildred, numa casa anti-incêndio como todas as outras da sociedade futurista. A pergunta que nós fazemos logo de cara é a seguinte: o que faria um bombeiro em meio a uma cidade onde as casas não pegam fogo? A resposta é simples, porém improvável: queimar livros. Pois é, ao contrário do que estamos acostumados, os bombeiros têm a função de simplesmente botar fogo em todas as páginas existentes. Isso acontece pois, por determinação governamental, ninguém pode portar ou ler qualquer tipo de livro, revista e afins. Isso ocorre porque todos eles acreditam que estes itens possuem informações duvidosas que corrompem os pensamentos mundanos e te fazem acreditar em algo irreal e equivocado.

Não bastasse o perigo em poder ser preso ou até mesmo morto em meio às chamas - sem que o bombeiro seja condenado como assassino, diga-se de passagem - Montag se vê num impasse. Sua curiosidade implica que muitos problemas possam vir à tona após se envolver demais num dos incêndios causados por ele, botando não só a sua vida como a de sua querida esposa em risco.
Nessa mesma história temos a oportunidade de explorar diversos personagens envolvidos com o caso como, por exemplo, o Capitão Beatty, que é responsável por comandar a tropa e também é um dos personagens que desenvolvem um dos diálogos mais intensos do livro e que me tirou o fôlego.

Nós vemos algo semelhante numa das distopias um pouco mais atuais que eu também adoro, chamada O Doador de Memórias, em que os habitantes da sociedade são proibidos de terem contato com o passado e com isso perdem todos os tipos de emoções, vivendo então num mundo em preto e branco. Porém, Fahrenheit 451 tem uma pegada diferente. É uma distopia futurista mas também possui pitadas de suspense e mistério que fazem as pontas dos dedos suarem. Também nos deixam curiosos e impactados com citações que são um tapa na cara da sociedade moderna e hipócrita. E, por fim, nos traz reflexões sobre o nosso futuro que a cada dia nos sufoca em zilhões de informações a cada milissegundo e nos limita a vivermos o tão temido irreal e virtual.

O livro é incrível e se tornou um marco do gênero e da literatura. Não adorei só por ser um clássico, inclusive esperava mais dele no final, mas adorei por ser intenso, perigoso e completo e por nos trazer à reflexão aquilo com que mais estamos envolvidos no dia a dia: a informação.
Ah, uma curiosidade: o livro se chama Fahrenheit 451 pois é nessa temperatura (aproximadamente 232 graus Celsius) que o papel em chamas se queima por completo, tornando-se apenas pó. Interessante, né? :P

Espero que tenho gostado do post! Até logo. ;)

Cristiam Oliveira

22 anos, se formou em administração mas gosta mesmo de comunicação. Tem uma paixão enorme por cinema e adora, sobretudo, os livros. É muito organizado, calmo, chato e grudento; se apega muito fácil às pessoas que gosta e, às vezes, é extrovertido. Adora mudar e criar coisas; é muito curioso e persistente em tudo que faz. Gosta de cachorro mas prefere gatinhos (inclusive tem dois!).

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