A Sereia: o novo universo de Kiera Cass

Kiera Cass é a escritora da série A Seleção, que faz bastante sucesso. Logo, todos ficaram ansiosos quando ela anunciou que iria lançar seu primeiro livro único fora do universo de Illéa. A premissa, entretanto, não me animou muito. O livro seria sobre uma sereia que se apaixona por um humano, e isso já me parecia batido, muito A Pequena Sereia ou Aquamarine. Mesmo com um pé atrás, corri para ler A Sereia, e me surpreendi bastante com a maneira que Kiera criou um universo diferente de tudo o que eu já havia visto.

A Água aqui é uma entidade, que tem sentimentos, pode se comunicar e sentir fome. É aí que as Sereias entram. Elas cantam e atraem os navegadores para o mar, para que se afoguem e alimentem a Água. Essas sereias são garotas que estavam em um barco e quase morreram, mas antes receberam uma proposta: se servissem para a Água por 100 anos, elas voltariam a ser humanas e não se lembrariam de nada do que aconteceu. Como sereias, elas se tornam ainda mais belas, não envelhecem e não adoecem, mas suas vozes são mortais, e ao ouvi-las, um humano sente o ímpeto e de ir para a Água e se afoga.

Kahlen, a personagem principal, é a sereia que mais sente culpa por seu trabalho. Ela se lembra e tem pesadelo constantes com as pessoas que matou. Agora, faltam cerca de 20 anos para ela terminar seu serviço.

As sereias costumam morar em casas afastadas com acesso direto ao mar, e tentam se distrair de diversas maneiras até que chegue a hora do próximo canto. Elas podem conviver com humanos, desde que eles não ouçam suas vozes. Kahlen, diferente de suas irmãs, evita esse contato, mas gosta de observar as pessoas, até que um dia, enquanto estava lendo em uma biblioteca da Universidade de Miami, Akinli se aproxima e puxa assunto. Ele parece realmente se interessar em quem é a garota, ao invés de só ver sua beleza mística. Assim, eles vão se aproximando e se apaixonando. O problema é que além do garoto não poder ouvir a voz da sereia, dela não envelhecer ou se machucar, ela ainda terá sua memória apagada em 20 anos, e não se lembrará mais dele, logo, o romance é impossível.

A Sereia foi o primeiro livro escrito por Kiera Cass e publicado de maneira independente, mas agora recebeu uma atenção especial ao ser revisado e relançado por grandes editoras. A escrita de Kiera segue o mesmo ritmo de A Seleção, sendo bastante fluída e envolvente. Os personagens também criam bastante empatia, o que ajuda na história. Você realmente torce pelos protagonistas e sofre junto com eles, o que faz com que você devore o livro ainda mais rápido.

O que mais achei interessante foi realmente o universo das sereias, a relação com a Água e entre elas, que são como irmãs e fazem de tudo uma pela outra. É muito bonito como elas as sereias se acolhem e cuidam uma das outras. 

A capa também se destaca por ser maravilhosa e ter um gostinho especial: a foto foi tirada em uma praia aqui do Brasil, na Bahia.

O último livro da série A Seleção será lançado em maio, mas agora já estou ansiosa pelo o está por vir depois de A Coroa também, desde que Kiera provou que sabe escrever e tem em mente mais do que um único universo.



Malu Sâmia

20 anos, está na faculdade de jornalismo. Gosta de fotografia, comédias românticas, shows, revistas, clichês bem escritos, de tocar violão e viajar. Está sempre com um livro e o iPod na mochila, coleciona ingressos de cinema e imas de cidades. É impulsiva, persistente, um pouco distraída e muito curiosa.

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