Mundo sem Fim, de Ken Follett

Já disse em outras quatro oportunidades aqui no Índice X o quanto eu gosto de Ken Follett. Ele consegue transformar qualquer tipo de acontecimento histórico em romances de tirar o fôlego, utilizando fatos reais detalhados e personagens bem construídos e elaborados. Ou seja: é um gênio.

Agora, acaba de chegar nas livrarias um livro antigo de Follett, mas com nova edição: Mundo sem Fim. A obra - que foi dividida em dois volumes para ficar melhor de carregar - conta a história de quatro crianças que, em plena Inglaterra do século XIV, presenciam o assassinato de dois homens.

O livro de Follett, então, irá acompanhar a vida dessas quatro pessoas na fase adulta, mostrando que o destino delas irá se cruzar em meio a fome, a peste e a guerra que assombra a vida da população britânica.

Primeiro: para ter uma melhor experiência com Mundo sem Fim, é interessante ler o clássico Pilares da Terra, também do Follett. Mundo funciona como uma espécie de continuação, mesmo não tendo uma história direta. O fato é que muitos personagens de Pilares aparecem, deixando a história mais interessante se a pessoa tiver esta leitura prévia.

Sobre a história em si: é incrível. Apesar de se passar numa realidade distante, a narrativa consegue deixar qualquer leitor absorto no que é contado, numa imersão que só Follett consegue fazer na literatura de hoje em dia.

Além disso, como sempre, Follett faz um trabalho incrível de pesquisa, conseguindo retratar costumes, hábitos e outros detalhes da época. O único ponto mais fraco do livro é que, em alguns momentos, a escrita se torna um pouco presa, emperrando a leitura, que flui com facilidade na maior parte do tempo. A insistente detalhada descrição das relações sexuais dos personagens, por exemplo, cansam um pouco. Me senti, em alguns momentos, em um livro de 50 tons de cinza.

Todos os personagens também são bem construídos, com características bem delimitadas e com uma profundidade bem trabalhada. Não chega a ter a força de personagens de Pilares da Terra ou da trilogia O Século.

Enfim, recomendo fortemente Mundo sem Fim. É uma obra com bons personagens, história interessante e boa descrição histórica. Perfeito para quem já é fã de Follett.


Matheus Mans

20 anos, estudante de jornalismo. Leitor voraz de qualquer tipo de livro, cinéfilo de carteirinha e apaixonado por música brasileira. Não vive sem doses frequentes de Stephen King, Arnaldo Antunes, Wes Anderson, Woody Allen, Adoniran Barbosa, Neil Gaiman, Doctor Who, Star Wars e muitas outras coisas que permeiam sua vida.

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